base aérea ajudaria a combater o transporte aéreo de drogas

Diante da apreensão de 440 quilos de cocaína, encontrados em um avião, que só foi pego porque teve que fazer um pouso forçado, em uma fazenda no município de Vale do São Domingos, e Lacerda, nesta semana, o juiz da Vara de Execuções Penais, Geraldo Fidelis, usou sua página no Facebook para protestar pela instalação de uma base aérea da Aeronáutica, em Mato Grosso.
 
"Existem casos que essas aeronaves, contendo até 500 quilos de cocaína, têm pane mecânica, caem no meio do Pantanal e ninguém fica sabendo”, explicou.

No post em que chama a atenção do governo federal, o juiz aponta que Mato Grosso é considerado uma das principais rotas dos criminosos da Bolívia e do Paraguai. (LEIA MAIS AQUI).
 
Em entrevista ao , o magistrado lembrou que além do tráfico de drogas os bandidos usam a fronteira do estado com a Bolívia para traficarem armas e contrabandearem cigarros, além de medicamentos falsificados, por exemplo.
 
“Nesse caso, em Vale do São Domingos, o avião ainda caiu em um local, onde as autoridades conseguiram realizar a apreensão da droga. Porém, existem casos que essas aeronaves, contendo até 500 quilos de cocaína, têm pane mecânica, caem no meio do Pantanal e ninguém fica sabendo”, explicou.
 
Para Fidélis, a rota do tráfico em MT é costumeira dos traficantes, porque eles sabem da frágil segurança na sua fronteira aérea. Já que as bases aéreas mais próximas do estado ficam instaladas em Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Anápolis (GO). “É fundamental que o governo federal entenda a necessidade dessa fiscalização aérea, fazendo com que essas aeronaves suspeitas sejam obrigadas a pousarem em solo mato-grossense para serem fiscalizadas”, disse.
 
“É fundamental que o governo federal entenda a necessidade dessa fiscalização aérea, fazendo com que essas aeronaves suspeitas sejam obrigadas a pousarem em solo mato-grossense para serem fiscalizadas”, disse.

O juiz, que atuou por seis anos na cidade de Cáceres (que faz fronteira com a Bolívia), lembrou que se reuniu com um antigo comandante da Aeronáutica e pediu a instalação da base no respectivo município, porém foi informado que o local não tinha uma posição geográfica permitida para a implantação.
 
Apesar disso, o magistrado afirmou que entregou um projeto às autoridades federais dando a sugestão que a base aérea fosse instalada em Tangará da Serra, Pontes e Lacerda ou até em Várzea Grande, onde já possui o Aeroporto Marechal Rondon. “Se entenderem que fica muito caro instalar a base aérea aqui em MT, que coloque então um esquadrão aéreo, deixando alguns aviões de prontidão em algum aeroporto do estado. O que não pode é deixar nossa fronteira sem fiscalização”, finalizou.
 
“Se entenderem que fica muito caro instalar a base aérea aqui em MT, que coloque então um esquadrão aéreo, deixando alguns aviões de prontidão em algum aeroporto do estado"
QUASE MEIA TONELADA DE PÓ
 
No início da tarde da última quarta-feira (9), um avião Cesna, fez um pouso forçado em uma lavoura de Soja na Fazenda São Paulo, no Vale São Domingos (500 km da capital). A aeronave transportava 440 kg de cocaína, que já foi incinerado em Pontes e Lacerda.
 
O copiloto, Jacomé Tavares Vieira, de 57 anos, que já havia sido condenado pelo mesmo tipo de crime, em Colíder, onde cumpria a pena em prisão domiciliar, há três anos, foi novamente detido, desta vez pela Polícia Militar.
 
Já o piloto, ainda não identificado, conseguiu fugir levando um equipamento de GPS, para que as autoridades não descobrissem a rota final da droga.
 
Segundo informações da Polícia Civil, o proprietário do avião é um advogado de Cuiabá. Ele prestou depoimento na Delegaria de Repressão a Entorpecentes (DRE), na capital, e declarou ter alugado o avião e não tinha qualquer conhecimento de que a aeronave era usada para o tráfico de drogas. O proprietário também apresentou os documentos de compra e venda da aeronave, que serão investigados pela Polícia Civil de Pontes e Lacerda. 
 
A PC informou que o avião foi levado ao hangar da Secretaria de Segurança Pública, no Aeroporto Marechal Rondon, em VG.