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Hortas de MT recebem certificação de produção orgânica‏
Por Assessoria de imprensa Sebrae MT / Rita Comini
27/05/2016 - 07:18

Foto: Shutterstock

A partir desta segunda-feira, 30 de maio, sete hortas localizadas em Cuiabá, Várzea Grande e Poconé passam a contar com o selo de certificação de produtores de orgânicos do Instituto Chão Vivo, certificadora do Espírito Santo. Eles integram um grupo de 164 produtores orgânicos certificados do estado de Mato Grosso, concentrados sobretudo na Baixada Cuiabana e no Nortão. Mato Grosso ocupa o primeiro lugar em área cultivada com orgânicos, porém está na quinta posição no que se refere a unidades produtivas, que somam 691, sendo que os produtos mais comuns são carne bovina e castanha-do-brasil.

 

 

Recebem a certificação, numa cerimônia, às 8 horas, no auditório do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), as seguintes propriedades: Horta Terra Estrela, Horta Pantanal, Unidade de Processamento Horta Terra Estrela, Cooperativa Agroana Giral, Sítio Débora e Fabrício, Sítio Santos, e Cooperativa Conexão Verde Vitória. O Sebrae participou do processo de preparação para a certificação com consultoria técnica na parte de produção e também no que diz respeito à documentação, além de fazer a ponte com a certificadora e subsidiando em 60%, através do Programa SebraeTec. O evento é uma parceria com o Ministério da Agropecuária, Abastecimento e Pecuária (Mapa) e abre oficialmente a Semana de Alimentos Orgânicos de MT, de 30 de maio a 5 de junho. Além da entrega dos certificados, haverá apresentação de projetos agroecológicos do estado de Mato Grosso e uma feirinha de produtos orgânicos com comercialização para os convidados.

 

 

Segundo Marcelo Holanda, da Gerência de Produtos e Projetos do Sebrae, que trabalha no projeto de agroecologia, a instituição atua junto às pequenas propriedades rurais ajudando nos processos de certificação. "Além de aproximar os produtores das certificadoras e de subsidiar o processo via SebraeTec, damos consultoria técnica tanto na produção, quanto na preparação da documentação, que inclui registros de compras, rastreabilidade de tudo que é usado no processo produtivo”, pontua.

 

 

Para Paulo Wagner, da Cooperativa Conexão Verde Vitória, a certificação é um "cartão de visitas” e agrega valor no preço dos produtos. "A parceria e o subsídio do Sebrae são muito importantes”. Ele conta que a Cooperativa já havia sido certificada pela Ecocert, junto com outras 21 propriedades de MT. Enfatiza ainda que os cooperados adotam uma tecnologia social que recebeu o Prêmio Finep. "Recolhemos resíduos de restaurantes e mercados, cerca de 40 toneladas e transformamos em adubo orgânico utilizado na produção de nove itens: cebolinha, salsa, coentro, hortelã, couve, mostarda, alface, jiló e quiabo”, conta.

 

 

Segundo ele, aplicam várias técnicas de manejo na produção, tais como combate biológico, consorciação de culturas, otimização de espaço. "Estamos o tempo todo buscando melhorar as tecnologias e participamos de uma rede de produção de orgânicos onde fazemos uma importante troca de informações técnicas”, ressalta, acrescentando que, aos poucos, o orgânico vai tendo um equilíbrio natural com o ambiente.

 

 

São 22 cooperados atuando efetivamente, sendo 15 deles diretamente na horta - os demais na compostagem, na parte administrativa e na comercialização. As hortaliças são cultivadas numa área de quase 1 hectare de um total de 2 mil ha. "Temos uma limitação de área e precisaríamos aumentar para atender a demanda crescente do mercado, mas estamos procurando nos adequar. Além disso, mantemos uma área preservada de Cerrado, que é fundamental para a produção de orgânicos”.

 

 

Os produtos são comercializados em mercados da Capital e também na Casa Amarela, um ponto comercial próprio que funciona no Jardim Vitória, local da horta. Paulo ressalta que as pessoas buscam mais saúde e estão cada vez mais bem informadas sobre a relação dos agrotóxicos com várias doenças, inclusive alguns tipos de câncer. Por isso, há uma demanda muito grande pelos produtos orgânicos. Ele adianta que estão implantando um serviço delivery.

 

 

Egon Nord, da Horta Terra Estrela, com sede em Várzea Grande, diz que a certificação possibilitou a venda em escala. A primeira certificação foi feita com apoio do Sebrae. "Nossa produção sempre foi orgânica, mas não tínhamos o selo. Antes, fazíamos só venda direta, não conseguíamos vender para supermercados”, ressalta, esclarecendo que ainda não conseguem atender plenamente a demanda de mercado, por isso buscaram ampliar a produção montando a nova horta, a Pantanal, em Poconé, que já começa certificada. Segundo Nord, o produtor não tem noção do que a certificação possibilita.

 

 

Juntas, as duas hortas somam 2,5 ha, onde são produzidas 13 variedades de folhosas e, agora está sendo introduzida também a produção de cenoura, beterraba, brócolis e tomate cereja.

 

 

A Horta Terra Estrela também faz venda direta ao consumidor das 07 às 10h e das 13 às 17h (de segunda a sexta) e das 07 às 10 h (aos sábados).

 

 

 

Produção de orgânicos no Brasil e em MT

No Brasil existem 11.084 produtores orgânicos

Em Mato Grosso são 164 produtores rurais certificados, o que representa 1,47% do total existente no Brasil

Em termos de área cultivada com orgânicos, Mato Grosso ocupa o primeiro lugar, com 622.800 hectares

Porém, em unidades produtoras, o Estado ocupa a 5º posição no Brasil

São 691 unidades produtivas de orgânicos e os itens mais produzidos são carne bovina e castanha-do-brasil

O Brasil exporta produtos orgânicos para 76 países, sendo açúcar, mel, frutas e castanha, os produtos mais exportados

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