Os delegados da Polícia Judiciária Civil (PJC) decidiram em assembleia, de forma unânime, entrar em greve geral a partir do dia 31, caso o governador Pedro Taques (PSDB) mantenha a decisão de não pagar a Revisão Geral Anual (RGA).
Com isso, a última categoria ligada à segurança pública a se decidir vai se juntar ao ato de todos os outros servidores da polícia estadual (os bombeiros militares, os policiais militares, agentes de polícia civil, escrivães e agentes penitenciários tomaram a mesma medida ao longo desta e da semana passada). Já são, ao todo, 28 categorias prontas a parar.
Assim, no caso específico da PJC, todas as que compõem a força policial paralisarão as atividades. No caso dos militares, como a legislação os proíbe de realizar greve, eles vão realizar a chamada “Operação Padrão” -- redução do número de policiais nas ruas, recusa em usar coletes balísticos vencidos e a sair com viaturas fora das especificações da legislação de trânsito.
O Sindicado dos Trabalhadores da Polícia Civil (Siagespoc) informou que as delegacias de Mato Grosso vão atender, durante a greve, apenas os flagrantes. As investigações paralisam por completo. O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de Mato Grosso (Sindepol-MT), Wagner Bassi Junior, disse que os delegados debateram bastante a questão antes de firmar decisão e que isso é fruto da revolta com a decisão do atual governador em não repassar as perdas inflacionárias do último ano ao salário dos servidores da segurança pública.
A medida de Taques (que justifica o ato dizendo que a crise no país é geral e que não há caixa no Estado para bancar o impacto dos aumentos) foi chamada por ele de “decisão arbitrária do governador”, o que levou a categoria à decisão “irredutível quanto à realização da paralisação. Seguiremos com o Fórum Sindical e trabalharemos em sistema de escala, mantendo os 30% exigidos por lei”.
Mato Grosso tem, hoje, 278 delegados ativos que vão se revezar nos plantões nas delegacias e Ciscs, inclusive na já bastante movimentada Central de Flagrantes, localizada no centro de Cuiabá. Como já havia informado o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves, o mesmo vai acontecer com os agentes. “Nós não temos outra alternativa a não ser o confronto por meio de uma greve geral para pressionarmos o Governo do Estado a pagar um dispositivo previsto em lei, mas que vem sendo negado sistematicamente pelo governador Pedro Taques”, disse.
O atendimento será apenas para casos de urgência, como medidas protetivas e flagrantes. “Os demais casos ficam com as investigações paralisadas por tempo indeterminado”, encerrou o presidente do Sindepol, Wagner Bassi Junior.