Após 33 dias em greve, os servidores do sistema penitenciário de Mato Grosso decidiram, em assembleia geral realizada neste sábado (2), encerrar a paralisação da categoria. Os servidores reivindicavam o pagamento integral da Revisão Geral Anual (RGA), fixada em 11,28%. Segundo o sindicato que representa os trabalhadores (Sindspen-MT), os servidores retomaram as atividades no domingo (3). Apesar de encerrar a greve, a categoria protocolou um pedido de dissídio coletivo para negociar o pagamento da RGA.
Segundo o presidente do Sindspen-MT, João Batista, a paralisação como um todo foi positiva. "Esses 33 dias serviram para fortalecer nosso movimento. Mas não vamos parar, queremos que nossos direitos sejam cumpridos", afirmou. O sindicato protocolou na Justiça um pedido de dissídio coletivo para negociar o pagamento integral da RGA.
A categoria deve paralisar as atividades por um dia na próxima segunda-feira (4), para homenagear os dois agentes penitenciários mortos em Cuiabá."É uma forma de mostrar a nossa solidariedade aos parentes e amigos. Além disso, é uma maneira de pedirmos mais segurança para nossos servidores", disse João Batista.
A Justiça já havia determinado que a categoria voltasse aos postos de trabalho, sob pena de multa. No mês passado, pelo menos três ônibus de transporte coletivo foram incendiados em Cuiabá. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) investiga se os ataques foram uma represália de detentos da PCE à greve dos categoria.
Morte
O agente penitenciário Aldo Halik, de 51 anos, foi morto com um tiro na cabeça na terça-feira (28) no Bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. Segundo a Polícia Militar, ele fazia a escolta de um caminhão carregado de cerveja, quando foi abordado por dois homens. A dupla rendeu o agente e conseguiu roubar a arma dele. Antes de fugir, um dos bandidos, que já estava armado, disparou contra o agente.
O agente atuava na profissão há 20 anos e era lotado na Centro de Ressocialização de Cuiabá(CRC).
RGA
O governador Pedro Taques (PSDB) sancionou na sexta-feira (1º) a lei que foi aprovada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que dispõe sobre o pagamento da reposição da inflação de 2015 aos servidores ativos, inativos e pensionistas do estado. A proposta, apesar de agora estar em vigor, não foi aprovada pelo funcionalismo público, afirma o Fórum Sindical.
A lei foi publicada depois de mais de um mês de embate entre o governo e os servidores públicos. Os protestos iniciaram depois que o estado anunciou, no dia 6 de maio, que não tinha dinheiro para pagar as perdas salariais provocadas pela inflação do ano passado, de 11,28%.