"O que torna o trabalho da mulher produtora rural desafiador? O fato de ser um trabalho de superação. Eu poderia discorrer sobre os problemas de logística, do clima, queda dos preços, porém o maior dos desafios é estar ocupando um espaço que durante longos anos pertenceu aos homens, por estarmos inseridas numa sociedade essencialmente patriarcal".
A frase é da produtora rural e ex-presidente do Sindicato Rural de São José do Xingu, Delúbia Borges Tulha. Ela faz parte de um grupo de mulheres que não tiveram medo do desafio de assumir a gestão de uma propriedade rural.
Para capacitar mulheres na gestão de negócios agropecuários com enfoque em empreendedorismo e liderança, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), formatou o programa "Mulheres Empreendedoras Rurais", que deve ter a primeira turma iniciada ainda neste ano.
A ideia do programa surgiu após a instituição de ensino perceber o crescimento na participação das mulheres nos programas Academia de Liderança e Sucessão Familiar.
“É crescente o número de mulheres ocupando posições de liderança no agronegócio. Entre 2011 e 2014 cresceu 20% o número de mulheres que participaram da Academia de Liderança e entre 2012 e 2015, subiu 109% a participação delas no Sucessão Familiar”, destaca a analista de Projetos Técnicos do Senar-MT, Juliana Mardegan Ferreira.
Capacitação - Nesta segunda-feira (08.08) a instituição de ensino iniciou a capacitação das instrutoras que irão realizar os treinamentos, que segue até sexta-feira (12.08). "Logo em seguida iniciaremos o recebimento das demandas dos Sindicatos Rurais para execução ainda em 2016", explica Juliana.
O programa é destinado a mulheres acima de 16 anos, com escolaridade mínima 5° ano do ensino fundamental. São 20 vagas por turma e cinco módulos de oito horas cada, totalizando 40 horas: empreendedorismo e diagnóstico da propriedade; gestão financeira; planejamento do negócio e legislação e liderança.