O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga as Organizações Sociais de Saúde (OSS), deputado Emanuel Pinheiro (PMDB), entregou nesta quarta-feira (17), o relatório final. Agora, o montante de quase duas mil páginas, entre documentos impressos e digitalizados, será apreciado em Plenário. O dossiê, segundo o parlamentar, será encaminhado aos órgãos competentes, como o Ministério Público Estadual e Federal, Tribunal de Justiça, governo do Estado, Polícia Federal, Tribunal de Contas.
Segundo o presidente da CPI das OSS, deputado Dr. Leonardo (PSD), após apreciação dos demais parlamentares, a Comissão reunirá os membros, para uma coletiva de imprensa.
“Temos um diagnóstico dos sete hospitais regionais que foram e ainda são geridos pelas OSS. Apontamentos gravíssimos foram levantados e vamos mostrá-los aos órgãos competentes, para devidas providências, pois a finalidade desta CPI é propor medidas e cobrá-las, mas, quem pune não somos nós”, explicou.
Para o deputado, a lei que regulamenta as OSS em Mato Grosso foi “capenga e falha”, tanto na normativa quanto na fiscalização e controle interno. Segundo ele, não havia critérios para os pagamentos realizados às Organizações Sociais e muitos eram feitos por apadrinhamento político. Uma nova lei foi encaminhada a Assembleia Legislativa e, para garantir a legitimidade da mesma, Dr. Leonardo acrescentou 12 emendas. O presidente informou também, que a CPI vai propor ao Poder Executivo um novo modelo de gestão.
“Apesar de eu ser a favor da administração direta, respeito a decisão do governo, mas, como presidente desta CPI e médico de profissão, não poderia me eximir dessa discussão. Aparentemente será um modelo misto. Nas unidades que deram certo, permanecem as OSS, em outros locais, Consórcios. Mas, independente do modelo a ser adotado, defendemos que o controle dos gastos e a fiscalização dos trabalhos sejam feitos com mais rigidez, pois, podemos implantar o melhor modelo do mundo, mas, se não houver controle, fiscalização, auditoria e avaliação mais célere, não vai funcionar”, ressaltou.