“Apesar do papel constitucional, a CPI dos Frigoríficos também tem o objetivo de deixar um legado para a sociedade mato-grossense”, esclareceu o presidente da CPI, deputado Nininho
Duas novas testemunhas prestaram depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Frigoríficos, no decorrer desta semana. Conforme anunciou o primeiro-secretário da Casa, deputado Ondanir Bortolini (PSD). O representante das empresas Brasfri S/A, Arantes Alimentos e Frigorífico Valo do Guaporé S/A, Aderbal Luís Arantes, foi um dos depoentes, e explicou que o grupo como um todo passa por recuperação judicial, sendo que uma das plantas instaladas em Nova Monte Verde foi leiloada e arrematada pelo fundo de investimento Atacama. O representante da planta frigorífica Mataboi, instalada em Rondonópolis, José Augusto de Carvalho Junior também foi ouvido.
Aderbal Arantes, em seu depoimento, declarou que o grupo Arantes é proprietário das plantas dos municípios de Canarana e Pontes e Lacerda - arrendada ao grupo JBS, e confirmou a venda da planta de Nova Monte Verde. As três unidades paralisaram a produção em 2009 e mesmo com o “desgaste”, falou da vontade de reativar pelo menos a planta de Pontes e Lacerda.
“O nosso contrato com a JBS se encerra no início do próximo ano e pretendemos voltar às atividades naquele município, porque é uma região que possui um número significativo de rebanho bovino para abate”, ressaltou Aderbal.
Já o representante da empresa Mataboi, José Augusto de Carvalho Junior, relatou que a planta de Rondonópolis abatia cerca de 350 cabeças diárias, e paralisou suas atividades em razão do processo de recuperação judicial desde 2011. “Assim que o processo for liquidado o grupo pretende reiniciar as atividades no estado, inclusive com ampliação para adequar o número de abate para exportação”, afirmou José Augusto.
Para o presidente da CPI, deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD), Nininho, a CPI trabalha baseada em dados coletados por meio das oitivas e investigações, caso algumas testemunhas venham omitir fatos, cada detalhe será analisado e investigado.
“Nosso trabalho é minucioso e mesmo que algumas testemunhas sejam contraditórias em seus depoimentos, cada situação será anlisada. Em algumas oitivas, verificamos indícios que os proprietários das plantas negociadas foram induzidos a firmar contratos com o grupo JBS, na sua maioria. Temos que entender que o mercado de abate oscila, mas é preciso reconhecer o potencial de Mato Grosso, porque somos o maior produtor de gado bovino do Brasil”, destacou o presidente.
O parlamentar ainda falou do interesse de alguns investidores em retomar as atividades. “Alguns empresários do segmento estão otimistas com o mercado de Mato Grosso. A CPI também tem o objetivo de identificar e sugerir medidas que venham a equilibrar as necessidades dos produtores e da indústria frigorífica para o alcance do desenvolvimento econômico na geração de emprego e renda”, pontuou Nininho.
“Esperamos que nosso trabalho contribua com o retorno dos investidores às atividades, com um mercado mais justo e aberto a negociações”, concluiu o parlamentar.