Maia e Guida, ambas de cerca de 40 anos, as primeiras “moradoras” do Santuário de Elefantes, em Chapada dos Guimarães, chegam dia 5 de outubro em Mato Grosso.
Elas estão em uma fazenda, em Paraguaçu, no Sul de Minas Gerais, de onde sairão, dois dias antes. Vão viajar 1600 quilômetros, 48 horas de estrada, em caixas metálicas que estão em fase final de confecção sob medida.
As elefantas, que passaram praticamente toda a vida se apresentando em picadeiros de circo, desde quando foram retiradas da natureza, ainda filhotes, vão viver em uma área de 1.100 hectares de terra, rica em biodiversidade, na Chapada. Elas são asiáticas.
Este projeto é da Santuário de Elefantes Brasil, ONG de proteção animal, ligada a ElephantVoices, que tem décadas de experiência dedicada a fazer trabalhos educacionais e de conservação de elefantes.
A presidente da ONG no Brasil, a paulista Junia Machado, que é também publicitária e fotógrafa da vida animal, afirma que o local tem todas as características necessárias para a recuperação de Maia e Guida e que o estado de saúde delas é estável. "A Maia fugiu, elefantes são muito espertos, rompeu a corrente, foi para perto de uma casa, onde tem televisão e pessoas, mas foi resgatada. Ela sempre foge", conta Junia.
Segundo ela essas duas asiáticas precisam de vales e colinas para explorarem enquanto se exercitam, pastos naturais e plantados, vegetação abundante e diversificada, muita água e um clima ideal. Tudo isso tem na área da Chapada, que é o primeiro Santuário de Elefantes da América Latina.
Ela destaca que 5 de outubro para chegada é uma data de referência porque será uma experiência muito complexa viajar por dois dias com duas elefantas e podem ocorrer imprevistos.
Diz ainda que está descartada a possibilidade de circular por Cuiabá ou na Chapada com elas, porque já foram expostas demais a vida toda e agora a ideia é que vivam sossegadas no santuário, onde não haverá visitação.
Para terminar de pagar a viagem de Maia e Guida, tem uma campanha ainda em andamento no site vakinha. Elas já conquistaram R$ 45.177,74, 50,2%, até a manhã desta quinta-feira (15). A campanha deve ser estendida ainda hoje na expectativa de alcançar a meta, que é R$ 90 mil.
O licenciamento da área, a ser expedido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), está em fase final. A ONG já obteve a licença de operação, restando apenas a licença para manejo de fauna.