Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Mãos únicas na São Luiz: comerciantes dividem opiniões
Por Clovis de Almeida
05/09/2017 - 08:31

Foto: Clovis de Almeida

Circulou nesta segunda-feira (04), uma nota de assessoria dando conta de que a Câmara Municipal vai promover uma Audiência Pública para discutir um projeto que visa “transformar em mãos únicas, para os veículos automotores, as ruas paralelas da Avenida São Luiz”, da seguinte forma: a rua que parte da Ponte Marechal Rondon com destino ao trevo tem seu lado direito como mão. Transitando em sentido contrário, a mão correta será o outro lado da Rodovia.

Uma lei municipal exige que o povo seja ouvido e, neste caso, constam “audiência pública, formalização dos objetivos e metas pretendidas com a mudança e a realização de pesquisa de opinião pública com o mínimo de 51% das unidades habitacionais ou empresariais na via objeto da mudança de trafegabilidade”.

Nossa reportagem procurou antecipar o que pensam os empresários e comerciantes da Avenida São Luiz, estabelecidos nos dois lados da Rodovia.

Podemos perceber que existe uma divisão de pensamentos, entre os que concordam, os que não aceitam a ideia, e alguns que não se incomodam com a implantação de tal projeto.

Entrevistamos 23 empresários ou responsáveis por estabelecimentos. A maioria pediu que seus nomes e empresas não fossem divulgados, mesmo porque não eram os representantes legais, mas com autoridade suficiente para falar em nome do “dono”. O dados obtidos na nossa pesquisa/reportagem dão conta de que se, a metade dos entrevistados não se opõe à implantação de mãos únicas nas duas vias, a outra metade é contra.

A empresária Laiane da Silva Miranda, da Padaria Flor de Junco, se diz absolutamente contrária ao projeto. Segundo ela, a medida não vai resolver o problema de trafegabilidade no local, que é bastante caótica, principalmente nos momentos de acesso dos alunos da FAPAN, em horários de entradas e saídas de aulas. “O problema aqui é à noite, com veículos dos dois lados da rua e mais os vendedores ambulantes em lugar incorreto, para atrapalhar o trânsito. Essa mão única vai atrapalhar o comércio legal, que paga impostos e que precisa de atenção e apoio”, garante a empresária.

Por sua vez, o diretor da FAPAN, Elvys Oliveira, disse que aprova o projeto se ele vier ao encontro do bem estar dos alunos. “Tudo o que favorecer nossos alunos, a gente defende, principalmente se melhorar a questão Segurança”, enfatiza.

Elvys fez questão de lembrar os problemas do trânsito na região da FAPAN. Afirma que é preciso pensar em resolver a grande confusão que os semáforos tentam, mas não conseguem. Quanto aos estacionamentos, o diretor disse que a faculdade dispõe de um grande espaço nos fundos da entidade, com acesso por uma rua que não possui iluminação, que é obrigação dos poderes públicos, segundo ele. “Sem segurança, nem professores, nem alunos se atrevem a usar”, garante, afirmando que está tentando uma parceria com a Prefeitura para resolver o problema. Voltando à “mão única”, Elvys diz achar que o projeto pode evitar acidentes, dando a entender que é favorável.

O proprietário do Hotel Porto Bello, ex-vereador Tarcísio Paulino, é a favor do projeto. Segundo ele, não haverá prejuízo para seu estabelecimento comercial e pode resolver o problema de trânsito nos picos de movimentos de alunos da FAPAN. Tarcísio é autor de vários projetos que tentam resolver os problemas da Avenida São Luiz, principalmente o da “encruzilhada” da FAPAN, onde cruzam uma rodovia, uma avenida importante com nome diferentes (Padre Cassemiro e Nossa Senhora do Carmo) e duas ruas paralelas, de direita e esquerda, onde cada um que circula não sabe se tem a preferência ou não. O que Tarcísio não quer nem ouvir falar é de um projeto que pretende fazer um viaduto na Avenida São Luiz. Segundo ele, a ideia “já morreu”.

Por outro lado, é contra, o gerente do Posto Rio Paraguai, falando também pela outra empresa do mesmo grupo, estabelecida do outro lado da Avenida São Luiz, o Posto Bandeirantes. Antonio Costa Leite disse que, transformar as ruas em frente aos dois estabelecimentos acarretará um prejuízo muito grande. Ele conta que a preocupação não é com a rodovia, mas sim com os clientes dos trajetos que favorecem os abastecimentos. “Mudar significa andar mais, o que pode significar perder o cliente”, afirma Antonio.

A Audiência Pública está marcada para o próximo dia 15, às 19 horas, na Câmara Municipal. A reportagem de Cáceres Revista estará lá para conferir a discussão.

Para que isso ocorra, uma discussão, é preciso que os interessados participem. Caso contrário, fica a opinião de uma minoria que se torna legal.

 

Projeto quer transformar em mãos únicas, para os veículos automotores, as ruas paralelas da Avenida São Luiz. À direita, via que seria mão única no sentido Ponte Rondon/Trevo para Cuiabá. Sentido inverso que apresenta o veículo na foto


Empresária Laiane da Silva Miranda (à esquerda), Padaria Flor de Junco, se diz absolutamente contrária ao projeto


Proprietário do Hotel Porto Bello, ex-vereador Tarcísio Paulino é a favor do projeto.


Diretor da FAPAN, Elvys Oliveira, disse que aprova o projeto se ele vier ao encontro do bem estar dos alunos


Antonio Costa Leite, dos postos de combustível, Rio Paraguai /Posto Bandeirantes,  disse que, transformar as ruas em frente aos dois estabelecimentos acarretará prejuízo muito grande. 

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