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Juiz não prende a tenente Ledur e marca 1ª audiência para 2018
Por A Gazeta
02/09/2017 - 17:29

Foto: arquivo

Ficou para o próximo ano a audiência de instrução e julgamento dos 5 bombeiros militares acusados de envolvimento na tortura e morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, 21, ocorrida no dia 15 de novembro do ano passado. Será nesta audiência que testemunhas de defesa e acusação, assim como os acusados, serão ouvidos pela primeira vez em juízo. A audiência vai ocorrer no dia 26 de janeiro, as 14h. Como são vários réus, é provável que ocorram outras audiências.

A decisão é do juiz Marcos Faleiros da Silva, que substitui a juíza Selma Arruda, quem recebeu a denúncia contra os bombeiros em julho deste ano, determinou o afastamento da tenente Izadora Ledur da Corporação até o final do processo e ainda que ela usasse tornozeleira eletrônica.

Além de Ledur, responsável direta pelo treinamento e acusada de praticar os atos de tortura contra Claro, respondem ao processo o tenente-coronel Marcelo Augusto Reveles, o tenente Thales Emmanuel Pereira, os sargentos Enenas Xavier e Diones Sirqueira e o cabo Francisco Barros.

Ao denunciar os 5 bombeiros, o Ministério Público do Estado pediu a prisão preventiva da tenente Izadora Ledur, sob o argumento de que ela deveria ser mantida afastada do Corpo de Bombeiros para não praticar mais atos semelhantes e por ser superior as testemunhas e evitar que as coagissem. A juíza Selma Arruda negou o pedido de prisão e determinou medidas alternativas, algumas delas já citadas acima. O MPE recorreu, e o juiz Marcos Faleiros determinou que o recurso seja remetido a análise pelo Tribunal de Justiça.

Dos acusados, o cabo não foi localizado e citado pela Justiça. No processo constam 3 endereços dele. Já com relação ao Sirqueira, não consta se foi feita sua citação. O juiz determinou expedição de novo mandado para intimar o cabo e que se devolva o mandado do sargento. Os demais acusados foram citados e apresentaram as defesas prévia.

“É um choque saber que a primeira audiência vai acontecer mais de um ano depois da morte do meu filho. Mais de 12 meses de sofrimento, enquanto a responsável por tudo isso está tranquilamente na casa dela, recebendo um salário gordo”, desabafa Jane Claro, mãe de Rodrigo.

Mas, apesar da demora, Jane diz que pelo menos agora acabou a angústia de esperar pela definiçao da data, porém, isso nao representa o fim da luta por justiça. “Estou tentando nao criar expectativas na justiça dos homens, pois a própria Ledur bateu no peito e disse que aqui nao existia Justiça para ela. Mas, se esta falhar, tem a de Deus que sei que nao me abandonará nunca”.

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