Na semana que marca o Dia do Rio Paraguai, celebrado em 14 de novembro, pesquisas apontam que não há motivos para se comemorar. Estudo realizado pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) revela que o Pantanal tem 13% mais de dias sem chuva do que nos anos 60 e massa de água 16% menor, quando considerados os últimos 10 anos.
A dinâmica do Pantanal é influenciada pelo pulso de inundação, movimentos das águas que alternam entre as estações de seca, inundação, cheia e vazante. O pulso de inundação é alimentado, não apenas pela precipitação local, mas pelo regime de chuva nas cabeceiras do Rio Paraguai, principal canal que conduz lentamente as águas do Pantanal.
No entanto, o padrão de inundação do Pantanal tem mudado. “Embora seja encontrado um pulso de inundação bem definido no Pantanal do Norte, ao longo de uma série histórica de 42 anos, o número de dias sem precipitação aumentou muito, assim como a perda de massa de água na paisagem nos últimos 10 anos, especificamente durante a estação seca”, explica o professor da Unemat, Ernandes Sobreira Oliveira Junior, doutor em Ecologia pela Universidade Radboud (Holanda).