Um cheque emitido pelo vice-prefeito de Cáceres, Odenilson José da Silva (Republicanos), acabou sendo usado para a compra de duas vagas no concurso público alvo da Operação Ápate. De acordo com as investigações, o cheque foi emitido nominalmente a uma empresa e posteriormente repassado ao operador do esquema.
O documento endereçado à Cerâmica Dois Irmãos foi encontrado dentre os cheques enviados para depósito por Jussemar Rebuli Pinto. Ele é acusado de intermediar as tratativas dos candidatos para comprar a “vaga” no concurso público da prefeitura de Mirassol D’Oeste.
Os beneficiários do pagamento de R$ 10 mil seriam Wesley e Elaine Magio, respectivamente sobrinho e irmã de Nilson Magio, proprietário da Cerâmica dos Irmãos. Além do cheque do vice-prefeito de Cáceres, outro cheque destinado à empresa foi entregue a Jussemar, desta vez no valor de R$ 29,5 mil.
Tanto Wesley quanto Eliane constam na lista de 35 aprovados repassada por Jussemar antes mesmo da aplicação das provas.
Ambos foram efetivamente classificados ficando Eliane em terceiro lugar para o cargo de auxiliar-administrativo com salário de R$ 1,7 mil e Wesley em primeiro lugar para o cargo de arquiteto e urbanista com remuneração mensal de mais de R$ 3 mil.
A Operação Ápate foi deflagrada pela Polícia Civil na última quinta-feira (29) e cumpriu 80 ordens judiciais dentre mandados de prisão preventiva, busca e apreensão e sequestro de bens.
De acordo com as investigações, o valor cobrado pela organização criminosa na venda das vagas na prefeitura chegava a ser 10 vezes maior do que o salário que os candidatos receberiam quando aprovados.