O deputado disse que elas poderiam ter impedido a morte de Thiago Moraes
O deputado estadual Wilson Santos (PSD) voltou a chamar a atenção para importância do uso de câmeras nas fardas e viaturas da Polícia Militar para coibir excessos durante as abordagens.
Em pronunciamento na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (8), falou sobre a conduta de um policial que matou a tiros Thiago Graciote Moraes, de 29 anos, na madrugada do último sábado (5).
O crime aconteceu em uma lanchonete no município de Cotriguaçu (955 km de Cuiabá).
"Quando tudo parecia resolvido, um policial atirou em Thiago que já estava se afastando do local. Deu um chute no rapaz que quando se levantou disse que não era bandido para ser tratado daquele jeito. Em resposta, o policial simplesmente atirou contra ele, que morreu no local. Isso é um absurdo! A Polícia existe para proteger o cidadão, não para matar. Se este policial estivesse com uma câmera em seu uniforme teria pensado duas, três vezes antes de agir desta forma", disse o deputado.
O deputado, que é autor de um projeto de lei que obriga a instalação de câmeras nas fardas e viaturas da PM, em tramitação na Casa de Leis, ainda chamou a atenção para a necessidade do uso de armas menos letais.
"O Governo do Estado precisa investir em armas menos letais que imobilizam sem tirar a vida das pessoas. Pistolas de eletrochoque - como as Taser, spray de pimenta ou outros equipamentos. Não adianta dizer que tem a Polícia mais bem equipada do país se nossos policiais usam armas que matam e sem qualquer controle. Também é preciso investir em treinamento ou o governador vai continuar emitindo notas de pesar, pedindo desculpas às famílias e à sociedade sem qualquer efeito prático. Desculpas não trazem as vítimas de volta à vida. Armas menos letais impedem que elas morram", completou.
O deputado Eliseu Nascimento, que é sargento aposentado da PM e membro da CCJR, tentou minimizar as críticas. Mostrou uma foto onde o rapaz aparecia com as mãos para trás, na altura da cintura, "como fosse pegar uma arma".
"O policial tem frações de segundo pra decidir o que fazer. O rapaz estava com as mãos para trás, na cintura. Não dá pra saber se ele ia puxar uma faca, um celular ou uma arma"."Me desculpe, deputado, mas isso não é verdade. Basta ver o vídeo que circula nas redes sociais. Thiago estava levantando as mãos para justamente mostrar que estava desarmado e ainda assim, o PM atirou e matou", rebateu Wilson.
A Polícia Militar informou por meio de nota que determinou o afastamento imediato do policial envolvido na ocorrência e que a Corregedoria-Geral da corporação abriu inquérito para apurar o ocorrido, e solicitou o acompanhamento do MP-MT (Ministério Público de Mato Grosso) nas investigações. Não há informações de que alguém foi preso durante a ocorrência.