GAECO prende advogado e assessor de juiz
Por RDNews
09/04/2013 - 11:43
O Ministério Público de Mato Grosso, por meio do Gaeco, cumpre 10 mandados no Estado, sendo 5 de prisão e 5 de busca e apreensão. Os alvos da Operação Assepsia são um advogado, um estagiário, um servidor público do Poder Judiciário e dois integrantes de uma organização criminosa atuante no ramo de tráfico de pasta base e cocaína.
Conforme o Gaeco, os atos de corrupção apurados durante a investigação destinavam-se à compra de decisão judicial no valor de R$ 1,5 milhão para a soltura de traficantes da família Pagliucas, presos pela Polícia Federal em conjunto com o Gaeco na Operação Mayá, realizada no município de Porto Esperidião. Justamente por se tratar de uma organização criminosa, a referida ação penal tramita na Vara Especializada contra o Crime Organizado, em Cuiabá.
Os investigados devem ser acionados pelos crimes de exploração de prestígio e corrupção ativa. Conforme o MP, foram identificadas duas tentativas de suborno junto ao assessor jurídico da Vara Especializada Contra o Crime Organizado. Na primeira investida, o estagiário e o advogado ofereceram R$ 1 milhão para que o assessor jurídico redigisse e submetesse ao magistrado decisão revogando a prisão dos Pagliucas. O estagiário teria afirmado, ainda, que já tinha acertado com um desembargador, que confirmaria a decisão em segunda instância.
A segunda tentativa de suborno, no montante de R$ 1,5 milhão, partiu do servidor do Tribunal de Justiça juntamente com os dois beneficiários da quadrilha de traficantes. Eles sugeriram ao assessor do juiz que redigisse decisão de conflito negativo de competência do processo dos 'Pagliucas' e submetesse ao juiz, visando, com isso, à ocorrência de excesso de prazo, o que legitimaria a soltura dos réus pelo Tribunal de Justiça. Alegaram que já tinham fechado um esquema com o desembargador e que tal decisão seria mantida.(com assessoria)
Caso Mayá
Trata-se de um caso polêmico no Judiciário de Mato Grosso. Ocorre que, um ano e dois meses depois da deflagração da operação, o desembargador Manoel Ornellas de Almeida decidiu soltar, numa tacada só, sete acusados de narcotráfico internacional presos na Operação Mayá. O Habeas Corpus foi concedido por Ornellas durante o plantão. Foram soltos Adalberto Pagliuca Filho, apontado como líder; além de Regina Célia Cardoso Pagliuca, Adalberto Pagliuca Neto, Elaine Cristina Pagliuca da Silva, Regis Aristide Pagliuca, Lori Gasparini e Joelson Alves da Silva.
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Às 9h55 - Advogado, estagiário, servidor do Judiciário e traficantes são denunciados pelo MP
Em entrevista coletiva, o Ministério Público informou que foram denunciados por envolvimento em venda de sentença o estagiário de direito Marcelo Santana, o advogado Almar Busmello e o servidor do Judiciário Clodoaldo Souza Pimentel, além dos traficantes Milton Rodrigues da Costa e Adalberto Pagliuca Filho. Participaram da Operação Assepsia 2 promotores e 25 policiais militares.