Apostilas:polícia investiga suposta sabotagem
Por Diário de Cuiabá/redação
18/04/2013 - 09:46
A polícia instaurou inquérito para apurar indícios de sabotagem na elaboração das apostilas do curso Atendimento em Hotelaria e Turismo, oferecido pelo governo do Estado no programa de qualificação profissional para a Copa de 2014.
A responsabilidade de tal investigação será do delegado Anderson Veiga, da Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), uma divisão da Diretoria de Inteligência da Policia Judiciária Civil.
Veiga vai investigar com base em uma queixa de suposta sabotagem apresentada pelo Instituto Concluir, entidade responsável pela produção da apostila.
O objetivo é saber como os textos ofensivos, que ridicularizam a história de quatro cidades do pantanal mato-grossenses, foram parar na cartilha.
Entretanto, até o final da tarde de ontem o delegado, conforme assessoria de imprensa da polícia, aguardava o recebimento da cartilha, do arquivo no qual o material foi digitado, e outros documentos para começar as investigações.
O principal livro da capacitação, que traz inclusive exercícios para testar o nível do conhecimento adquirido durante o curso, apresenta paródias supostamente extraídas do site “Desciclopédia” sobre a história da fundação dos municípios de Barão de Melgaço, Poconé, Santo Antônio de Leverger e Cáceres.
Sobre Poconé, por exemplo, diz que a cidade foi fundada por “muambeiros, aventureiros, meretrizes, mercadores e outros tipos comum dos filmes faroestes que, atraídos pela abundância do ouro, ficaram presos naquele fim de mundo para sempre”.
OUTRO CASO - Situação similar sobre o município de Santo Afonso, pode ser verificada no Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, intitulado “Território Rural de Identidade do Alto Paraguai”, elaborado em 2010, no qual a historia de fundação do município de Santo Afonso também aparece de maneira deturpada.
Um trecho do documento produzido pelo Instituto Samaritano de Políticas Públicas Albert Schweitzer (ISPP), contratado pelo Ministério da Reforma Agrária, diz de a cidade “surgiu graças à corrida de garimpeiros ávidos por ouro e diamante, que após algumas décadas de agressão contínua ao solo, desmatamento na fauna e flora nativa e poluição dos mananciais e lençóis freáticos com os produtos da garimpagem, aquele pequeno poço de merda foi abandonado pelos garimpeiros que com o fim das pedras preciosas na região, foram procurar outro lugar para arrasar”.
EM CÁCERES
Em Cáceres, o prefeito Francis Maris Cruz e o presidente da Câmara de Vereadores, Alvasir Alencar, reagiram com indignação sobre o fato. Ambos pedem providências do governo do Estado.O prefeito Francis Maris afirmou que o município está estudando ajuizar ação contra a empresa responsável pela publicação, cobrando reparação de danos.