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Delegado e cinco policiais de MT são indiciados por corrupção e extorsão
Por G1 MT
04/08/2013 - 12:15

Foto: arquivo
Seis policiais civis foram indiciados pela Polícia Civil por suposto envolvimento com uma quadrilha de traficantes de drogas, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá , bem como de dar 'proteção' aos integrantes desse esquema. Um deles é o delegado João Bosco Ribeiro Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e a mulher dele Gláucia Alt, investigadora de polícia. O inquérito, conduzido pela delegada Alana Cardoso, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), foi concluído e encaminhado à Justiça nesta sexta-feira (26). Ao todo, 15 pessoas foram indiciadas. O delegado e a mulher foram indiciados pelos crimes de concussão [uso indevido do cargo público para obter vantagem], corrupção e associação ao tráfico, enquanto os outros quatro policiais por abuso de autoridade, concussão e extorsão mediante sequestro. Os demais devem responder por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Bosco foi apontado pela Polícia Civil como suspeito de dar proteção ao esquema de narcotráfico. Escutas telefônicas atestariam sua relação com membros da quadrilha, mas, em depoimento após a prisão, o delegado negou qualquer participação. Não negou, no entanto, que a voz interceptada fosse a dele, mas apontou que a conversação havia sido com uma pessoa com quem estava comercializando imóveis e automóveis. A defesa do casal alegou também que não há provas contundentes nas investigações de que eles tinham sido beneficiados financeiramente com o tráfico de drogas. Os dois foram presos durante a 'Operação Abadom', deflagrada no mês de junho deste ano. Ele foi solto antes de completar uma semana da prisão, enquanto ela conseguiu a liberdade após 20 dias detida. Durante a operação, outros mandados de prisão foram cumpridos, mas a maioria contra suspeitos que já estavam presos. Durante a operação, a delegada Alana Cardoso adiantou sobre os indícios de participação de outros policiais no esquema. Agora, após dar continuidade nas investigações, foi identificado envolvimento de outros quatro policiais, que foram indiciados por abuso de autoridade, concussão e extorsão mediante sequestro, recebendo suposta vantagem indevida dos traficantes para dar proteçãos às ações criminosas. Conforme a Polícia Civil, o caso começou a ser investigado em dezembro do ano passado, depois que um homem preso com droga na rodoviária de Várzea Grande. Durante todo o período de investigação, mais de 430 quilos de droga foram apreendidos. Foram identificadas duas ocasiões em que houve extorsão, em março e maio deste ano. "Ficou constatado que houve negociação para a liberação de traficantes. Essa quantia era dividida entre outras pessoas envolvidas", afirmou a delegada. À princípio, quando as investigações começaram, conforme a delegada, não se tinha nenhuma suspeita de envolvimento de policiais no esquema. Porém, após a prisão do segundo suspeito, em março deste ano, a polícia identificou a participação dos policiais, que se diziam da Delegacia de Repressão ao Entorpecente para extorquir um dos alvos da operação. Com isso, a Corregedoria da Polícia Civil foi acionada para acompanhar e contribuir as investigações. Depois disso, em maio deste ano, dois distribuidores foram flagrados quando desembarcavam com mais de 400 quilos de pasta base de cocaína, em uma aeronave na MT-060, conhecida como Rodovia Transpantaneira, próximo a Poconé, a 104 quilômetros de Cuiabá, no Pantanal mato-grossense. Outro suspeito de distribuir a droga foi identificado na semana da operação e se tratava de um servidor da Secretaria de Saúde de Cuiabá. Ele foi preso na semana passada com cerca de 6 quilos de droga. Outros suspeitos de integrar o esquema foram presos no decorrer das investigações por associação ao tráfico e tráfico de droga.
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