Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Mormo, uma zoonose letal em eqüídeos, pode ter chegado a MT
Por Hipernotícias/Nelson Severino
20/10/2013 - 16:40

Foto: Raquel Brunelli
Demorou quase 60 anos, quando foi identificado no Brasil, mas o mormo, uma zoonose infecto-contagiosa que afeta inclusive o homem – sem lhe causar maiores problemas de saúde – porém letal nos equídeos, pode ter chegado a Mato Grosso. A suspeita foi levantada a semana passada em uma propriedade rural de Cáceres, onde a Coordenadoria de Controle de Doenças Animais (CCDA) do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso – Indea coletou material de animais que apresentam sintomas da doença para exames laboratoriais e cujos resultados deverão ser divulgados na próxima semana. O mormo, causado pela bactéria Burkholderia mallei, foi o tema dominante do Fórum Nacional de Defesa Agropecuária, realizado a semana passada em Belém do Pará. A preocupação é justificada, conforme a médica veterinária Daniella Soares Bueno, da Coordenadoria de Controle de Doenças Animais e que representou o Indea no evento: a doença saiu de sua zona de conforto na região Nordeste, onde só no Ceará foram identificados até agora mais de 50 focos, e já chegou a vários Estados vizinhos de Mato Grosso, como Pará e Rondônia. O último foco da doença surgiu a 15 dias no Paraná. Controlar a entrada da doença no Estado é praticamente impossível. Mas o Indea mantém um sistema de vigilância permanente. Por exemplo: animais que vem de fora, sejam de raça ou simples pangarés de serviço, só podem transitar pelo Estado com apresentação, pelo seu responsável, do exame negativo de mormo. A doença se manifesta de variadas formas, mas a mais agressiva é a pulmonar. Pode aparecer também na forma cutânea, nasal, feridas, tosse e emagrecimento. Quando em estado avançado, a doença vai provocando o definhamento do animal até a morte. No caso das mulas, que são mais sensíveis, o mormo mata o animal em três ou quatro dias. Doença exótica e cuja origem é desconhecida até hoje, apesar de ter chegado ao Brasil há tanto tempo, não se tem conhecimento de nenhum óbito de ser humano em consequência da doença. O tratamento em seres humanos é eficiente, ao contrário do que ocorre com os animais contaminados e cuja única solução é o sacrifício, que pode ser feito através do rifle sanitário, pela Polícia Militar, ou de medicamentos letais para abreviar o sofrimento. Os animais comprovadamente portadores da bactéria do mormo por exames laboratoriais podem também ser mantidos em isolamento até a morte. PREJUÍZOS Em algumas regiões, o mormo tem causado graves prejuízos aos criadores de cavalos de raça. Em São Paulo, por exemplo, a doença foi identificada em haras que só criavam animais de alto valor comercial. Resultado: cavalos que valiam até R$ 700 mil tiveram que ser sacrificados. Por isso, os criadores de cavalos de Mato Grosso para venda ou apenas para trabalhos nas propriedades rurais devem ficar atentos, apesar da redução da incidência da doença em nível mundial, para as orientações do Indea: qualquer suspeita sobre o mormo devem procurar as Unidades de Execução Local (ULEs) do órgão nos 141 municípios mato-grossenses e comunicar os sintomas do animal. Os sinais clínicos do mormo são tosse, emagrecimento, corrimento nasal e lesões na pele. Mas só o exame de sorologia pode confirmar se o animal está infectado pela doença, cuja transmissão pode ocorrer através de alimentos, bebedouros, cochos e outras formas de contato com a bactéria, que pode afetar, além do homem, animais carnívoros e pequenos ruminantes. No homem a forma mais comum da doença é a pneumonia. O mormo é conhecido por diversos nomes em ouras regiões: lamparão, farcinose, mal de mormo e catarro de burro.
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