MT tem 60 cidades sem a presença de delegado e insegurança avança
Por 24 Horas News
10/06/2012 - 18:43
Dos 141 municípios de Mato Grosso, apenas 81 possuem um delegado de plantão. As outras 60 cidades do interior precisam contar com o malabarismo dos agentes que cuidam de três ou quatro municípios. Hoje o Estado conta com um efetivo de apenas 181 delegados, menos da metade do que seria necessário. Resultado disso: o medo e a insegurança avançam sobre a população. “Seriam necessários no mínimo 400 profissionais para atender a demanda”, ressalta o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de Mato Grosso (Sindepol), Dirceu Vicente Lino.
Dos 110 aprovados no concurso mais recente, apenas 60 vão tomar posse, de acordo com o Governo do Estado. “Provavelmente não vai ter concurso público nos próximos dois anos, isso significa que nós perderemos muito tempo e inúmeros inquéritos ficarão empilhados por falta de efetivo”, afirma Dirceu Lino. Segundo ele, a Polícia está ficando cada vez mais atrasada e forçando seus poucos profissionais, que estão na ativa, a cargas horárias impossíveis. Há delegacias que não têm o mínimo de condições físicas para abrigá-los, os prédios estão sucateados, sem higiene ou móveis.
“Temos delegados precisando ser aposentados e que estão esperando para ser substituídos. Cada dia que passa a situação se agrava. Somos a ponta de lança, estamos expostos no sistema, porque é o delegado que atende diretamente as queixas dos cidadãos”, esclarece o presidente do Sindepol, em entrevista ao jornal "Folha do Estado".
Os problemas estruturais acentuam o descontentamento da categoria. Segundo o Sindepol, existem ‘prédios’ sem água potável e viaturas que precisam ser empurradas para sair do lugar. Essa seria a realidade de municípios no Vale do Araguaia. Lá, os investigadores precisam revezar os turnos com o escrivão e com o delegado, que está sobrecarregado e se desdobra quando um crime muito grave acontece.
“Enquanto isso, as investigações e inquéritos vão se amontoando. Têm tarefas que parecem simples, mas que tomam muito tempo, como as intimações, por exemplo”, comenta Aníbal Mercadante Fonseca, presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil e Agentes Prisionais (Siagespoc-MT).