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Descontrole: Promotora de Justiça expulsa jornalista 'aos berros'
Por Midiajur/Gazetamt
03/03/2014 - 09:12

Foto: Página do Enock
Sindicado dos Jornalistas de Mato Grosso e a Federal Nacional dos Jornalistas emitiram uma nota de apoio a jornalista Kalynka Meirelles, do município de Rondonópolis, após ela ter sido vítima de uma situação humilhantes e vexatória, durante exercício profissional.

De acordo com a nota, ela teria sido expulsa aos “berros” pela promotora de justiça Maria Bortolini Ninis, de uma reunião. O detalhe é que a jornalista iria acompanhar a reunião como assessora de imprensa do secretário de Promoção Social do município, Mohamed Zaher.

A reunião era para tratar sobre políticas públicas em favor dos idosos.

Segundo nota do Sindijor, “várias pessoas testemunharam a reação raivosa da promotora contra a jornalista que está grávida e chegou a passar mal”.

“O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso e a Federação Nacional dos Jornalistas repudiam tal falta de respeito que fere o direito e o dever do profissional da imprensa de acompanhar, noticiar e refletir as dinâmicas da sociedade, servindo de olhos, ouvidos e voz da população. Para desempenhar tal papel, o jornalista deve ter acesso a todos os locais de interesse público, sem restrições e sem berros”, segundo o informe das duas entidades

A Promotora nega

A promotora Joana Maria Bortoni Ninis, titular da 1ª Promotoria Cível de Rondonópolis, negou ontem (12) à reportagem do site Gazeta MT que tenha gritado ou ofendido a jornalista Kalynka Meirelles durante reunião para tratar de questões relacionadas aos idosos. A promotora criticou a exposição de membros do Ministério Público e disse que segue a orientação da corregedoria ao atuar com discrição.

A polêmica ocorreu durante uma reunião realizada na tarde de terça-feira (11) na sede da Promotoria. Estavam presentes representantes do Conselho Municipal do Idoso, das polícias Civil e Militar e também da Secretaria Municipal de Promoção Social - que tem Kalynka como assessora de imprensa. A jornalista disse que já estava na sala quando foi tratada de forma ríspida diante dos presentes e expulsa da reunião. Grávida de seis meses, a jornalista chegou a passar mal e ontem ainda não sabia se oficializará reclamação contra a promotora.

Joana Ninis confirmou que solicitou a saída, mas refutou qualquer ofensa à jornalista. "Em nenhum momento eu ergui a voz ou usei qualquer palavra chula ou grosseira. Não disse nada que pudesse ferir a imagem, a honra ou a qualificação dela como jornalista. Apenas vetei a participação da imprensa em uma reunião que visava discutir uma estratégia de atuação entre vários órgãos", afirmou.

A promotora mostrou à reportagem um comunicado interno em que autorizava as recepcionistas a barrarem o acesso da imprensa à reunião. Ela alega que não sabia que a jornalista está grávida e sustenta que a decisão não foi uma tentativa de impedir a livre atuação da imprensa, mas uma questão de estilo de trabalho.

"Não é que a reunião fosse sigilosa. A questão é que eu evito dar publicidade a procedimentos que estão em andamento e podem eventualmente comprometer instituições, porque isso acaba sendo usado contra ou a favor de alguém. Mas vejo a imprensa como parceira e estou disponível para falar sobre os resultados do que fazemos aqui", explicou.

Além do agendamento de entrevistas para tratar de temas específicos, a promotora disse que a imprensa também pode requerer acesso aos processos da promotoria. "No caso de ações que tratam de direitos individuais a situação é mais delicada, porque temos que respeitar o direito a inviolabilidade da imagem. Mas os processos que envolvem direitos coletivos e difusos podem até ser copiados", destacou.

Sem exposição
Durante a entrevista ao Gazeta MT, Joana Ninis ressaltou que nada tem contra a imprensa local e que é avessa a qualquer tipo de estrelismo. Ela disse que já comunicou o fato à assessoria de imprensa do Ministério Público Estadual e afirmou que não pretende mudar o modo de agir.

"Pode ter sido constrangedor, mas cada um tem uma forma de trabalhar. Acho que minha função é mostrar serviço e não me expor na imprensa", disse, afirmando tem processos atrasados ou fora de ordem e que sua Promotoria atende todos que buscam amparo legal.

A promotora também criticou a dimensão dada ao caso pela mídia e considera que apenas seguiu uma orientação dada pela Corregedoria do Ministério Público. "Somos aconselhados a agir de forma centrada e com reservas. Promotores que vivem na mídia, que gostam de dar publicidade aos seus atos e são vistos frequentemente acompanhando políticos não agem de acordo com a conduta recomendada por nossa corregedoria", concluiu.

 

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