O destacamento do Exército Brasileiro localizado na Corixa, em Cáceres, já está parcialmente desativado. No local, ficou em funcionamento a escola que atende a alunos da região, em parceria com o município, além de um enfermeiro militar e um cabo que é o responsável para cuidar das instalações físicas.
O comando do 2º Bfron em Cáceres informa que a região não ficará desassistida, pois está a apenas 80 quilômetros da cidade, mas não se manifestou sobre a desativação.
O intuito do Ministério da Defesa, com a diminuição dos destacamentos, é reforçar regiões que dão acesso à Bolívia. Dos sete destacamentos existentes, quatro serão ou já foram parcialmente desativados e três se transformarão em Pelotões Especiais, ganhando um efetivo maior (a proposta é que suba de 15 para 60 homens).
O Exército não divulgou nada sobre a quase total desativação da Corixa. A reportagem obteve a informação extra-oficialmente, com pessoas da região.
Em 03 de fevereiro, a Prefeitura de Cáceres, Câmara de Vereadores, juntamente com produtores rurais -através da Acrimat, Famato, Sindicato Rural de Cáceres e alguns sindicatos da região, realizaram uma mobilização fechando a BR 070 e passando o dia na fronteira, pedindo a permanência do destacamento.
Na oportunidade, o vereador Marcinho Lacerda, também presidente do Sindicato Rural de Cáceres, assim como o prefeito Francis Maris Cruz, destacaram a importância do destacamento da Corixa continuar em atividade, dada a sua localização estratégica, ficando no ponto de fronteira com a Bolívia. "A presença militar ali, além de coibir ilícitos, transmite a sensação de segurança à população da região".
Os produtores rurais afirmam que crimes de roubo a maquinários agrícolas, com assaltos a fazendas, voltaram a acontecer na região. Na oportunidade, eles pediram também a reativação do Posto do Grupo Especial de Fronteira (GEFRON) na localidade do Limão. A reivindicação foi levada ao Governo do Estado, que prometeu providências. "Nossa região de fronteira já tem pouca segurança, agora fica ainda mais desguarnecida. Entendemos que o governo federal, ao invés de reduzir, deveria estruturar e transformar em pelotões especiais todos os destacamentos"afirmam os manifestantes.
COMO DEVERÁ FICAR
Os destacamentos do Exército na localidade de Corixa (Cáceres), Palmarito (que fica a apenas 4 km da Bolívia), Santa Rita e São Simão, serão, ou estão sendo desativados.Hoje, os destacamentos atuam na segurança da fronteira Brasil/Bolívia com 15 militares em cada posto. Serão mantidos apenas três destacamentos, os de Casalvasco, Fortuna e Guaporé. Eles ficam nos municípios de Vila Bela da Santíssima Trindade, Porto Esperidião e Comodoro. Serão reestruturados fisicamente, passarão a contar com 60 militares, e serão transformados em Pelotões Especiais de Fronteira. As leis complementares 97, 117 1 136, de 1999 e de 2004, regulam o emprego das Forças Armadas. A 117, especificamente, autoriza que o Exército exerça o papel de polícia em áreas de fronteira.