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Independência dos filhos: como estimular?
Por De mãe para mãe/MSN
22/03/2014 - 06:48

Foto: MSN

Nossos filhos estão sendo preparados para dar voos mais altos? A voarem com as próprias asas? O que fazer para ajudá-los.

Por Ana Kessler 18/mar 14:26
 

Na primeira reunião de pais na escola da Ana Beatriz desse ano, a nova professora foi categórica: a palavra de ordem a partir de agora é estimular a independência das crianças. Nada de ajudar com o dever de casa, nem de preparar a mochila para o dia seguinte, eles mesmos devem anotar na agenda as datas importantes e controlar as entregas de trabalhos, que serão espaçadas, e as atividades, às vezes, em grupo. Está na hora de aprenderem a administrar seus calendários, tarefas e tempo. Afinal, estão na 4ª série do Ensino Fundamental. Em outras palavras: acabou a moleza.

 

Os olhinhos das mães brilharam, os meus com certeza soltaram fogos de artifícios. Ouvindo-a falar, assim, com tanta convicção de que este era “o” ano da mudança, oferecendo-se, determinada, a ser uma parceira de peso na conquista do objetivo, e garantindo que nossos filhos estavam prontos, prontíssimos para a transição, por um segundo me fez acreditar que a metamorfose se daria feito mágica, com uma varinha à la Harry Potter, de condão. Só que não.

 

“Parceria” pressupõe dois (ou mais) lados, um esforço conjunto. No caso, a professora na escola, os pais em casa. Ou seja, sabe aquele trabalho formiguinha de bater na mesma tecla sobre as mesmas coisas que você já pediu/ensinou/exigiu​um milhão de vezes, mas que quando o dia nasce a amnésia infantil vem à tona e a criança simplesmente parece que nunca ouviu falar ou não aprendeu? Pois é. Ele continua. Só que o convite agora é para a cobrança ser intensificada.

 

Crianças se recusam a crescer. É, literalmente, um novo parto. Elas acordam e fazem a cama, mas esquecem de dobrar e guardar o pijama. Lembram de guardar o pijama, mas deixam as pantufas jogadas junto com os tênis no tapete. Guardam os calçados e o uniforme escolar usado, aquele que deveriam colocar no cesto de lavar roupas, fica pendurado no lustre. Colocam no cesto, mas a toalha molhada do banho é largada em cima da cama. O prato não é levado até a pia. O livro de inglês para fazer a tarefa foi esquecido na escola. E assim por diante.

 

Nosso papel como educadores é não só formá-los para que sejam bons cidadãos e pessoas generosas, mas também que aprendam a se autogerenciar. Uma pergunta que me faço sempre é: “Estou preparando a minha filha para viver sem mim?”. O que ela já sabe fazer sozinha? O que ela já pode fazer por si mesma? Sigo delegando tarefas e incentivando-a a se superar.

 

Acredite, às vezes é fácil, muito mais fácil (e rápido) fazer por ela. Haja paciência (e tempo) para ser uma "personal sombra", andar sempre atrás apontando brinquedos fora do lugar, fazendo-a voltar e jogar a embalagem do iogurte no lixo seletivo, mandando-a escovar os dentes sem pressa e usar corretamente o fio dental, ensaboar atrás das orelhas. São tantos os detalhes para nós, adultos, tão óbvios e automáticos, que esquecemos que um dia fomos crianças e também nossos pais ficaram atrás da gente falando 3.578 vezes as mesmas coisas. Gostemos ou não, agora é nossa vez neste papel.

 

Já escrevi aqui sobre as “técnicas” que invento para ajudar no amadurecimento da Bia, como “O quadro do bom comportamento”. E tenho percebido que outras práticas também dão certo aqui em casa:

 

Sentimento de equipe – Uma vez assisti a uma palestra da família Schurmann, em que contavam que mesmo a filha menorzinha, na época com 4 ou 5 anos, tinha no barco o seu quinhão de responsabilidade. Era dela a missão de não deixar os ovos estragarem nas caixas, algo que acontecia devido ao balanço do mar. “Todos precisam se sentir importantes”, foi o ensinamento do capitão Vilfredo. Não importa se a sua “tripulação” tenha cinco ou dois membros (como aqui em casa). Delegue tarefas. Incentive. Elogie. E, claro, vibrem juntos com as conquistas. O mérito das soluções, quando os problemas são compartilhados, é de todos.

 

Identificação – Dê o exemplo. Nossos filhos são grandes observadores, e adivinha quem é o principal foco de atenção deles? Isso mesmo, você. Se você vive reclamando do serviço da casa, que é árduo, que não gosta de fazer, que ninguém ajuda nesta “tarefa ingrata”, que acaba com o seu humor e a sua coluna, sério, como você espera que alguém participe de boa vontade? Ninguém é masoquista, ninguém gosta de tortura. Já pensou em agir ao contrário? Vou dar uma pista.

 

Eu adoro lavar louça. É um prazer para mim, gosto de sentir a espuma e a água escorrendo, em geral o faço cantando. Quando peço ajuda, adivinha para que missão a Bia se oferece? Claro, lavar louça. Ela me vê feliz, me divertindo, é óbvio que quer também. A mesma coisa se dá ao arrumar a cama, é um momento de diversão, a gata vem, pula, se mete embaixo das cobertas, me mato de rir. Quais das tarefas eu jamais preciso pedir para a Bia fazer? Pois é. A cama dela está sempre esticadinha. Fica a dica.

 

Listas de tarefas – Elas estão espalhadas pela casa, no quadro de camurça da cozinha, afixadas com ímãs na geladeira, anotadas em papéis na mesa do escritório: as minhas responsabilidades e as da Bia. Os dias dos cursos extras, os horários de estudo, o que vai cair na próxima prova, o tempo livre para brincar e ver TV (sim, até isso). Sem essa de “eu não lembrei, eu não sabia”. Organizar a vida e tornar os compromissos “visíveis” dá uma dimensão de onde estamos investindo nossas energias. É bom enxergar o que não pode deixar de ser feito. E, claro, os momentos de lazer em que vamos curtir e celebrar nossas conquistas.

 

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