Operação Fidare: ex-secretário Odiner Sá é colocado em liberdade
Por Jornal Expressão
11/04/2014 - 07:45
O ex-secretário municipal de Finanças, Odiner Gonçalves de Sá, preso no dia 1 de abril, durante a Operação Fidare, da Polícia Federal, foi colocado em liberdade, por volta das 20h desta quinta-feira. Ele foi o último dos que ocupavam cargo no primeiro escalão da administração do prefeito Francis Maris Cruz, a deixar oa prisão.
O advogado Giorgio Aguiar da Silva, reafirmou a inocência do ex-secretário. “Ele jamais participou de nenhum esquema fraudulento de licitação. Foi preso por uma expressão ingênua durante um telefonema com o ex-secretário de Saúde, Luiz Landim, disse Aguiar afirmando que, ainda na noite desta quinta-feira, Odiner viajaria para Cáceres.
“Somos consciente de que ele é inocente. No transcorrer do processo, vamos provar isso” afirmou.
A prisão foi revogada pelo juiz que atua no processo Mauro Cesar Patine, depois de 10 dias da operação. Odiner e mais 46 pessoas tiveram prisões preventivas e temporárias decretadas, por suposto envolvimento, em um esquema ilegal de compra de medicamentos, através de fraudes em licitação.
Nos últimos dias, o prefeito Francis Maris Cruz, autor da denúncia contra o esquema, dava demonstração de preocupação. Em contato com a reportagem do Jornal Expressão, ele afirmou que Odiner era o mais inocente. Chegou, inclusive, a se reunir com o delegado para falar sobre o caso. Ao ser informado sobre a liberdade, demostrou alivio. “Graças à Deus”, disse.
Por outro lado, a ex-secretária de Saúde, Arleme Janissara Alcântara (Arlene), considerada “peça chave” no esquema que desviou R$ 2,5 milhões dos cofres públicos, continua foragida. Ela não chegou à ser presa, por uma coincidência. Na noite anterior a deflagração da Operação Fidare, ela havia viajado para Cuiabá, levando uma filha para uma consulta. Só ficou sabendo que a PF estaria em seu encalço quando já estava na capital.
No entendimento de advogados criminalistas, a decisão de Arlene em se manter foragida é prejudicial para revogação de sua prisão. “Se mantendo foragida, o juiz pode entender que ela está dificultando uma futura e hipoteticamente aplicação da lei” explica o advogado Kleber de Souza Silva, assinalando que “isso não quer dizer que ela seja culpada ou que será condenada. É, apenas uma questão processual” diz acrescentando que “além disso o tribunal já entendeu que as prisões dessa operação eram desnecessárias”.
O advogado Marcelo Coutinho Horn tem entendimento semelhante. Ele diz que “sendo considerada foragida, não sei se esse é o caso dela, o juiz poderá suspender a prescrição do processo, dificultando ainda mais a revogação da prisão” diz explicando que “um dos motivos para a revogação de prisão é o acusado ter residência fixa. E, a partir do momento em que ela se furta disso, a tendência é de que a situação se complique ainda mais”.