Traçar um paralelo entre o desenvolvimento da economia brasileira e a evolução da engenharia industrial no País, essa é a missão do livro “ABEMI 50 anos”. Tendo como pano de fundo a trajetória da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI), a obra reúne ilustrações e imagens que vão desde cenários do século 19 até os grandes empreendimentos construídos no Brasil para mostrar as conquistas que contribuíram para a melhoria da infraestrutura nacional e os desafios enfrentados ao longo do processo.
Ao longo de suas 178 páginas o conteúdo está em português e inglês, e retrata diversos momentos históricos que tiveram grande impacto no desenvolvimento econômico e industrial do País, como o decreto assinado em 1785 por D. Maria I exigindo a extinção de qualquer atividade de manufatura no Brasil por ser contrária aos interesses da própria colônia. Anos depois, um alvará expedido por D. João revogaria a decisão e eliminaria um grande entrave para o início da industrialização nacional.
O apoio para o crescimento da indústria nos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, marcados por importantes empreendimentos como a inauguração da Companhia Hidrelétrica do São Francisco e a criação da Petrobras e por estímulos para potencialização dos setores de óleo e gás, energia e transporte, também está presente na obra. Nesses momentos, o desenvolvimento da engenharia industrial foi fundamental para que as grandes obras de infraestrutura se tornassem realidade. Exemplo disso foi a grande participação da ABEMI no programa offshore brasileiro, que possibilitou a descoberta do campo de Garoupa em 1974 e, três anos depois, o início da operação do campo de Enchova.
Na década de 90, foi fundadora de organização que criou o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). Além de ter coordenado várias frentes de atuação, como o Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNPQ), no qual treinou aproximadamente 80 mil profissionais.
“Ao longo do tempo, a engenharia industrial enfrentou adversidades e em todos os momentos se mostrou resistente e capaz de se adaptar às mudanças” diz Antônio Müller, presidente da ABEMI.