Centenas de pessoas, entre trabalhadores e sociedade civil, compareceram na noite desta segunda-feira (07.07), no auditório da Câmara dos Vereadores de Cáceres para uma audiência pública para definir uma solução aos trabalhadores ambulantes que foram retirados da Praça Barão do Rio branco pela Prefeitura de Cáceres, obedecendo a uma determinação da Procuradoria do Município.
De acordo com o vereador Marcinho Lacerda, que desde o início do problema, tem se solidarizado com os trabalhadores da região e tomou a iniciativa de buscar uma solução ao problema, a audiência teve como objetivo prestar à população de à sociedade maiores esclarecimentos sobre o que levou à retirada dos trabalhadores e quais os reais responsáveis sobre o assunto. “Queremos uma solução rápida, que respeite a legislação e traga a certeza aos que trabalham na região de que eles possuam seu sustento, considerando que cada dia sem trabalho é mais um dia de prejuízo para essas pessoas”, afirmou.
Para falar sobre as competências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a superintendente do órgão em Mato Grosso, Marina Lacerda, destacou que a principal meta do instituto é resgatar a história e a identidade da região por meio da arquitetura. Marina afirmou que o Instituto não ve qualquer problema para o trabalho na região, desde que respeite as normas previstas em legislação no que diz respeito à visibilidade dos monumentos históricos. “Nossa proposta não é atrapalhar, mas sim trabalhar a identidade e a memória da Cidade. Não somos contra o trabalho. O intuito é preservar o patrimônio histórico, respeitando a arquitetura do local”, afirmou.
A ação de saída dos trabalhadores da Praça Barão tem gerado o descontentamento de moradores de Cáceres e trabalhadores do local. Victor Elias é proprietário de um dos já tradicionais ‘pula-pulas’ da Praça. De acordo com ele, a audiência, proposta por Marcinho Lacerda, foi produtiva. “Me alegra muito a iniciativa, pois precisamos de apoio para voltarmos a trabalhar”, disse.
Para o advogado Ledson Catelan, a memória e a tradição do povo cacerense também está nas pessoas que trabalham na Praça Barão. “Essas pessoas também são patrimônio. São a alma daquela praça e também precisam ser protegidas”, destacou.
Como deliberação da audiência pública, ficou definida um novo encontro para solucionar de vez a questão, por meio da alteração do código de conduta que rege a área. De acordo com o prefeito de Cáceres, Francis Maris Cruz, a Prefeitura de Cáceres simplesmente cumpriu determinação da Promotoria do Município, que poderia dar voz de prisão caso a ordem seja descumprida. De qualquer maneira, o trabalho dos ambulantes da região será estabelecido nesta terça-feira (08.07), considerando que uma solução para o problema já está sendo definida pelo Executivo Municipal juntamente com a Câmara dos Vereadores.