Os estudantes de Medicina da Unemat, em greve há 12 dias, receberam notas de apoio de acadêmicos de 17 universidades médicas. Alunos do Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Piauí mostraram solidariedade à luta por melhores condições de ensino. Dois Diretórios Centrais de Estudantes, da Unemat Alto Araguaia e UFTPR também se manifestaram a favor da greve.
Alunos de Medicina da UFSCar, que enfrentaram uma longa greve em 2013, disseram em nota que "fica mais uma vez demonstrado que o Ensino Médico de qualidade depende da articulação da gestão dos serviços de educação com os gestores locais de Saúde Pública". Eles esperam que "as esferas competentes assumam suas responsabilidades para que a resolução seja a mais rápida e pacífica possível".
Os acadêmicos da UFMS entendem que a atual conjuntura da Unemat é fruto do descaso governamental com as universidades publicas, aliada a politicas de abertura desenfreadas de novas vagas e cursos de medicina em todo o país, advindas de programas do governo tal qual o mais médico. Além disso é evidente o descaso da reitoria com a situação dos acadêmicos e do curso, pois inúmeras tentativas de acordos foram feitas.
Alunos da UFPel, do Rio Grande do Sul, afirmam em nota que "a luta por melhorias na qualidade do ensino médico no Brasil vem se fazendo necessária e impostergável haja vista a expansão irresponsável do número de vagas para o curso, que ocorre vertiginosamente nos últimos anos, sem quaisquer preocupações com infraestrutura ou qualidade de ensino".
OUTRAS ENTIDADES MANIFESTAM APOIO À GREVE
A Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (DENEM), a Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil (AEMED-BR) e a Associação Médica Brasileira (AMB) também manifestaram apoio à greve.
O diretor científico da AMB, Edmund Baracat, questionou a abertura de universidades sem estrutura. "Lamentável que ocorram greves de estudante em uma faculdade de medicina por essas deficiências estruturais. Infelizmente essas atitudes decorrem na grande maioria das vezes pela abertura de escolas médicas sem respeitar os requisitos fundamentais como infraestrutura adequada, corpo docente qualificado, ambulatórios e hospitais”, pontuou.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação dos Docentes da UFMT também repercutiram a greve da Medicina na Unemat, evidenciando as condições precárias de ensino.
Em editorial, Revista Academia Médica questionou o que é necessário para abrir um curso de Medicina. "Não é de hoje que incentivados pelo Governo o Brasil vem abrindo novas escolas sem os mínimos recursos para funcionar. Na ânsia de obter votos para a situação, o MEC absteve-se de fiscalizar e cobrar das instituições de ensino superior a manutenção da dignidade do aluno que batalhou muito para um dia ser médico", informou a nota.
Com o apoio das entidades, o movimento de greve dos estudantes de Medicina da Unemat ganhou força. Nos próximos dias, os alunos devem fazer novos atos na cidade de Cáceres e Assembleia Geral. Também está prevista uma possível reunião com o prefeito de Cáceres, Francis Maris.
Conheça alguns dos Centros Acadêmicos de Medicina que manifestaram apoio em público:
- ESCS, de Brasília (DF)
- FURG, Rio Grande (RS)
- PUCSP, Sorocaba (SP)
- UEL, de Londrina (PR)
- UFSCar, São Carlos (SP)
- UFG, de Goiás (GO)
- UFMT, Cuiabá (MT)
- UFJF, Governador Valadares (MG)
- UFMS, Campo Grande (MS)
- UFPel, Pelotas (RS)
- UFPI, Teresina (PI)
- UFPR, Curitiba (PR)
- UFSJ, São João del-Rei (MG)
- Unesc, Colatina (ES)
- Unioeste, Cascavel (PR)
- Unioeste, Francisco Beltrão (PR)
- Univag, Várzea Grande (MT)
- UNOESC, São Miguel do Oeste (SC)
DCEs TAMBÉM EXTERNAM APOIO
- DCE UNEMAT Alto Araguaia
- DCE-UTFPR