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'Foi um renascimento, pensamos que íamos morrer', dizem pilotos
Por Kleverson Souza/Assessoria de Gabinete
30/10/2014 - 16:31

Foto: Maurício Barbant

 

A emoção tomou conta dos familiares e amigos que acompanharam a chegada dos pilotos nesta quinta-feira (30), às 13h45

O piloto Evandro Rodrigues de Abreu e o copiloto Rodrigo Frais Agnelli, que estavam desaparecidos há 40 dias, pousaram no aeroporto Marechal Rondon às 13h45, após serem liberados em Guajará-Mirim (RO), cidade brasileira que faz divisa com a Bolívia. 

 

A emoção tomou conta dos familiares e amigos que acompanharam a chegada dos pilotos que foram sequestrados em Pontes e Lacerda, no dia 20 de setembro. Em entrevista coletiva, Evandro e Rodrigo relataram os momentos de angústia.  

 

“Fomos liberados em Guajará-Mirim, para mim, foi um renascimento. Caminhamos na terça durante 3 horas e ontem das 3h às 11h. É muito bom rever a família e os amigos, a emoção é grande, só pensava neles, você não consegue pensar em mais nada, não lembra de computador e celular. Pensamos que íamos morrer, várias vezes”, disse Evandro Rodrigues.

 

Rodrigo Frais também afirmou que o retorno para o convívio familiar foi como um renascimento. “Os seqüestradores não foram rudes com a gente, a principio, só apontou a arma para nós no dia do seqüestro, eram dois, brasileiros. Não conhecíamos a região”, comentou.  

 

Os pilotos contaram que logo após serem rendidos no dia do sequestro, decolaram para Bolívia e tiveram que conduzir a aeronave em zig-zag para não gravarem o caminho. “Fomos em 3 locais no dia e no dia seguinte, o avião não foi usado para o tráfico, acho que não era encomendado, pois estavam tentando fechar a negociação para vender”, disse Evandro, que revelou que não sofreram maus tratos fisicamente ou verbalmente durante os 40 dias.

 

Também relataram que ficaram em vários lugares, como casa, rancho e mata fechada. “A demora foi em relação a negociação entre eles, demorou muito, no final se desentenderam, e depois deixaram a gente sair. A alimentação na casa era razoável, tínhamos comida normal, mas tinha dias que comíamos apenas arroz branco em um copo descartável. Quando saímos, foi com o consentimento deles”, afirmou Evandro.

 

No retorno, contaram que andaram e não pediram ajuda pra ninguém, por medo. “Ali é uma região só de traficantes. Por isso, preferimos andar e pedir carona só depois de 50 km à frente”  

 

Acompanharam a chegada dos pilotos no aeroporto Marechal Rondon, o deputado estadual José Riva, a sua esposa e candidata ao governo do Estado nas eleições deste ano, Janete Riva (PSD), o candidato a vice, Aray Fonseca (PSD) e o candidato ao Senado, Rui Prado (PSD). Com exceção de Fonseca, todos estavam fazendo campanha em Pontes e Lacerda no dia do seqüestro da aeronave King Air, de propriedade da família Riva.

 

INVESTIGAÇÃO – Riva afirmou que comunicou a Interpol sobre a liberação dos pilotos e de que estes estavam próximos de Santa Rosa, na Bolívia. “Os pilotos disseram que o avião já foi remodelado, trocaram a cor, o prefixo, aumentaram a autonomia dele inserindo tanque de combustível. Agora, basta a policia querer, esta fácil de pegar o avião se não houver entendimento entre os ladrões e os compradores que se desentenderam. De acordo com eles, o avião foi vendido, mas não houve acordo no adiantamento do valor, e mecânicos foram contratados para fazer a adequação na aeronave e nisso, foram pegos de reféns e liberaram o Evandro e Rodrigo”.

 

 

 

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