A região Sudoeste de Mato Grosso tem uma área de cerca de 1,5 milhão de hectares aptos para o plantio de soja e milho. A extensão é medida a partir de um raio de 200 quilômetros do porto de Santo Antônio das Lendas (140 Km de Cáceres), à margem do rio Paraguai, onde já existem lavouras de grãos, conforme aponta estudo elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Os números foram apresentados a pecuaristas da região, estudantes da área de Ciências Agrárias e sociedade civil organizada na última sexta-feira, durante o I Estudo Técnico da Agricultura do Sudoeste de Mato Grosso.
O evento, realizado pelo Sindicato Rural de Cáceres e pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), contou com a participação de técnicos da Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT), encarregada de fornecer informações socioambientais sobre a lavoura dos grãos, bem como sobre a sustentabilidade de suas cadeias e a forma como a entidade apoio os produtores. O público participante do evento foi de cerca de 150 pessoas.
“A intenção desse evento foi chamar os interessados, os envolvidos para discutir a questão da produção agrícola na região. De uma coisa se tem certeza, pelo menos diante de todas as palestras que foram dadas: não se pode mais falar em pecuária se não associada à agricultura e vice-versa. O pasto precisa ser aproveitado para a agricultura, não necessariamente a soja, mas ou milho e outras lavouras”, comentou a diretora da Faculdade de Ciências Agrárias da Unemat, Zulema Netto Figueiredo. A região Oeste tem o maior rebanho de gado de corte do Estado.
Em um raio de 100 quilômetros a partir de Santo Antônio das Lendas, já existem 3,8 mil hectares de soja plantados na região, com uma produção de 11,7 mil toneladas. Um pouco mais distante, no raio de 200 Km, a área plantada com soja já é de 58,9 mil ha, com 180,4 mil t de produção, além de 569 ha de milho, com a produção de 2,9 mil toneladas do grão. Os dados são do Imea.
“Nosso papel foi demonstrar aos interessados em produzir como funciona a Aprosoja-MT, como são formados os núcleos da entidade e como atua para apoiar o produtor. Sentimos uma receptividade boa dos participantes”, comentou a supervisora de projetos da entidade presente no evento, Cristiane Sassagima Neves.
Já a gerente da Comissão de Sustentabilidade Socioambiental da Aprosoja-MT, Marlene Lima, falou sobre as vantagens e desafios da agricultura, bem como sobre os aspectos de solo e clima para a atividade e a respeito das questões trabalhistas.