O incêndio que destruiu parcialmente o antigo prédio da Câmara de Vereador, em Cáceres, foi uma ação humana. Porém, não se sabe se o ato foi acidental ou criminoso. É o que aponta a perícia realizada por técnicos da Politec. O resultado da investigação saiu depois 52 dias. O prédio foi destruído, parcialmente, pelo fogo por volta das 5 horas do dia 7 de outubro e, somente, na segunda-feira (30/11) o trabalho foi concluído.
Apesar da conclusão, a Secretaria Municipal de Esportes e Cultura ainda aguarda a expedição do laudo para que possa fazer o resgate de algumas peças que estariam sobre os escombros. “Há informação que o resultado da perícia já foi concluído mais ainda não temos nada em mãos” afirmou na quinta-feira (03), o secretário Jair Cestaria. “Estamos aguardando o laudo para retirar algumas peças que não foram destruídas e que ainda podem ser aproveitadas”.
A reportagem não dispõe de maiores detalhes sobre a investigação. Numa demonstração de excesso zelo descabida, a Politec não forneceu cópia do laudo da perícia a imprensa. A informação obtida no local foi de que, o resultado seria encaminhado somente para a Polícia Judiciária Civil e a Prefeitura. A conclusão de que a ação foi humana e que não há como esclarecer se foi acidental ou criminosa foi passada, em caráter reservado, por um dos peritos que trabalharam na investigação.
Antes mesmo da conclusão da perícia, o coordenador da Politec, José Urbano, já havia descartado a possibilidade de curto-circuito, conforme chegou a ser comentado. “A equipe não encontrou quase nada da fiação, o que dificulta afirmar que houve curto-circuito”, disse.
No dia 5 de novembro, uma equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan, sob coordenação da técnica Amélia Hirata, realizou vistoria no prédio. Mas, se recusou a prestar quaisquer informações. Hirata disse que estava a serviço e que, só poderia se manifestar sobre o assunto, na sede do instituto. A reportagem do Jornal Expressão entrou em contato com a técnica, mas ela não respondeu as informações sobre o caso.
A hipótese de que o fogo poderia ter sido provocado por vândalos que atearam fogo no lixo que se acumulava no local pode ter se confirmado. O antigo prédio era frequentado por mendigos, moradores de rua e usuários de drogas. O fogo destruiu o telhado e toda estrutura de madeira. Técnicos do Iphan, de acordo com o secretário Jair Cestari, informaram que, apesar do dano, a estrutura do prédio, não está comprometida.
O secretário informou ainda que reiterou pedido para que o Iphan faça a devolução do projeto de restauração do prédio à prefeitura para que sejam viabilizadas alternativas de recursos para sua execução. “Pedimos o projeto de volta e já encaminhamos ofícios aos deputados Ezequiel da Fonseca, Ságuas Moraes e doutor Leonardo para que viabilizem recursos, através de emendas parlamentares, para restauração do prédio” disse.
O prédio da antiga Câmara já deveria ter sido reformado, mas, diante da demora na apresentação do projeto de restauração pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que seria transformado em uma biblioteca municipal, a verba de R$ 1 milhão, destinada pelos governos federal e estadual, para execução da obra foi cancelada. Construído em estilo colonial em 1929, o antigo prédio já abrigou a prefeitura e a Câmara Municipal.