Com o objetivo de identificar e armazenar dados das principais áreas de risco de Mato Grosso, a Secretaria de Estado das Cidades (Secid), por meio da Superintendência de Defesa Civil, iniciou em 2015 o mapeamento geográfico das regiões. Ao todo, já são 18 cidades, sendo que a maioria conta também com o monitoramento realizado pelo órgão. A operação recente foi executada na região Oeste, afetada por enxurradas no mês de janeiro.
A proposta do mapeamento é que as informações sejam catalogadas para facilitar ações de proteção e prevenção de desastres naturais. Em março, integrando as ações desenvolvidas pelo Governo na transferência simbólica da Capital para Vila Bela da Santíssima Trindade, a Secid encaminhou equipes para o município. Concentrados na cidade, os agentes seguiram até Porto Esperidião para mapear os pontos afetados pelas fortes chuvas. Entre as áreas percorridas está a região da Vila Cardoso, onde foram registrados os maiores prejuízos às famílias.
O gerente de Mapeamento de Áreas de Riscos, sargento José Bruno de Souza Filho, explica que a identificação de pontos críticos é fundamental no atendimento aos atingidos em desastres e emergências. Segundo ele, o mapeamento auxilia no planejamento de ações que reduzam danos aos moradores locais diante destas situações. A equipe esteve na cidade por dois dias colhendo as coordenadas geográficas dos pontos de alagamento.
“O mapeamento possibilita não só a visualização das áreas de risco no Estado, como também a quantidade de famílias que moram ali. Em casos de desastres naturais, como a enxurrada do mês de janeiro, seria possível, por exemplo, atuar na retirada das famílias para evitar que elas estivessem nos imóveis no momento das cheias”.
Informações exatas
De acordo com o superintendente da Defesa Civil, tenente-coronel Abadio da Cunha Júnior, o objetivo do órgão é criar um mapa geral com as principais áreas de risco do Estado. Ele ressalta que a instituição já é responsável pelo monitoramento dos locais por meio de satélites.
“Neste primeiro momento, priorizamos as cidades que já passaram por situações de desastres, até para que o Estado possa se prevenir caso ocorra novamente. Em seguida, o mapeamento será realizado em outras áreas para que tenhamos todos estes dados compilados”, pontua.
O titular da Secid, o secretário Eduardo Chiletto pontua como primordial o trabalho de mapeamento das áreas de risco. Segundo ele, para que o Estado amplie as ações e dê a devida assistência aos municípios, quando registrados desastres, é preciso ter informações concretas e reais. “Quando se conhece a realidade in loco, as ações são direcionadas e preventivas. Além de evitar danos às famílias, o mapeamento das regiões de risco contribui para um bom planejamento urbano”.
Apesar do trabalho inicialmente ter tido como foco Porto Esperidião, as equipes da Defesa Civil retornarão à região para mapear também as cidades de Pontes e Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade. As três localidades tiveram situação de emergência homologada pelo Estado e reconhecida pela Defesa Civil Nacional recentemente. Ao todo, os prejuízos somam quase R$ 12 milhões nos municípios.