Em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, os moradores que mantêm o quintal sem nenhum criadouro do mosquito Aedes aegypti recebem o selo de Residência Nota 10. O projeto da prefeitura está em andamento desde fevereiro de 2016 e refletiu nem queda nos números de casos de dengue e vírus da zika no município. Em fevereiro, a Vigilância Epidemiológica notificou quase 80 casos de dengue, número que em março diminuiu para menos de 30. Em relação ao vírus da zika, a notificação caiu de quase 550 em fevereiro para menos de 200 em março.
Uma das casas que recebeu o selo foi a da pensionista Sebastiana Batista, no bairro Jardim Alto da Boa Vista. No local, apesar de haver muitas plantas, não há acúmulo de água e a caixa d'água está bem tampada. “As vasilhas são todas furadas. Então a água cai e entra na terra. Não fica água nas vasilhas”, disse.
Na casa de Sebastiana, as vasilhas de água dos cachorros são lavadas a cada dois dias. E, além de tomar outras medidas ara acabar com focos de proliferação do mosquito, ela ainda do terreno ao lado, que nem é dela. “Paguei R$ 40 para limpar e já está precisando limpar de novo”, disse.
Na residência da aposentada Geni Dias, que também recebeu o selo, muitos cuidados são tomados. “Todo dia dou uma volta para ver se não tem alguma coisa, se choveu à noite, se acumulou água. E eu fico sempre cuidado do meu quintal”, declarou. Ela disse que o selo foi motivo de alegria. “Fiquei muito feliz, ganhei muitos parabéns com isso aí. Eu fiz pra todos”, disse.
Segundo o secretário de Saúde, Itamar Bonfim, está dando resultado. De fevereiro para março, tivemos redução de 202% dos casos de dengue notificados, mesmo com todo o trabalho em parceria com os hospitais privados consultórios clínicos privados, porque todos estão notificando. E também a zika, que teve incidência de novembro para fevereiro de 4 passando para 546, e reduzimos agora em 288% as notificações dos casos de zika em Tangará da Serra.
A fiscalização é feita por agentes de Saúde e de Combate a Endemias, totalizando 176 profissionais. Eles devem visitar os mais de 413 mil imóveis que existem no município. “A gente analisa se tem foco do mosquito da dengue, se tem garrafa. A gente faz a vistoria, em geral, no quintal. E no quintal que a gente vê que está tudo ok a gente dá o selo”, disse a agente Daniele Schirmer.