O número de notificações de pessoas infectadas pelo vírus da Aids subiu quase seis vezes nos últimos três anos em Mato Grosso. Enquanto em 2013 ocorreram 93 novas notificações de HIV (quando a pessoa ainda não desenvolveu a doença), no ano passado esse número subiu para 530. Os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que o Estado segue uma tendência nacional.
No país, o número de pessoas infectadas pelo vírus voltou a subir. Enquanto isso, segundo a UNAids (programa da Organização das Nações Unidas - ONU para o combate a doença), os avanços pelo mundo nos primeiros dez anos do século 21 perderam força. Dados publicados na última terça-feira (12) pela entidade revelam que cerca de 43 mil novos casos eram registrados no Brasil em 2010. Em 2015, a taxa subiu para 44 mil.
Em Mato Grosso, nos primeiros três meses deste ano, ocorreram 70 notificações do vírus, sendo que 49 novos casos de Aids já foram confirmados. Em 2014, ocorreram 333 novos casos e, em 2015, 572 novos casos.
De 2013 para cá, já são 2.138 pessoas convivendo com a Aids, em todo o Estado. Porém, os dados mostram certa estabilidade e até redução neste caso. Em 2014, por exemplo, foram feitas 774 notificações do agravo. No ano passado, 572.
Os óbitos também apresentam variações de um ano para o outro. Enquanto em 2014 ocorreram 209 mortes, no ano passado foram 188, contra 195 óbitos contabilizados em 2013. Até março corrente, o Estado registra 22 perdas em decorrência da doença.
Conforme a SES, o tratamento contra o HIV/Aids é oferecido pelos serviços especializados (SAEs) de referência, localizados em municípios, como Alta Floresta, Barra do Garças, Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Diamantino, Juara, Juina, Confresa, Rondonópolis, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra, além do Hospital Julio Muller (HUJM) e Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade (Cermac), ambos na capital.
Os medicamentos são disponibilizados pelo Ministério da Saúde (MS) e distribuídos pela Farmácia de Alto Custo. Também é importante saber que o teste de rápido de HIV e a distribuição dos antirretrovirais são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos Centros de Testagem e Acompanhamento (CTAs), nos SAEs e policlínicas.
OUTROS DADOS - No total, a população vivendo com Aids no Brasil passou de 700 mil para 830 mil entre 2010 e 2015, com 15 mil mortes por ano. "O Brasil sozinho conta com mais de 40% das novas infecções de Aids na América Latina", alertou a Unaids.
A organização destaca importantes avanços na região no que se refere à contaminação de crianças, com uma queda de 50% em apenas cinco anos. Mas, entre adultos, a UNAids alerta para um aumento de casos de 2% entre 2010 e 2015, atingindo um total de 91 mil novas infecções por ano.