Em um ano, 1.290 quilômetros quadrados de floresta foram desmatados em Mato Grosso. Desse total, apenas 5% foram autorizados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e, o restante, ocorreu em áreas sem autorização pelo órgão ambiental.
A extensão derrubada entre agosto de 2015 e julho de 2016, é maior que a registrada em 2012, quando o Estado alcançou uma redução de 32%, ou, 75.700 Km2. Mas, é menor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando a devastação atingiu 1.601 Km2, o que representa uma queda de 19%.
Apontado ano após ano como um dos maiores destruidor da floresta amazônica, o Estado tem a meta audaciosa de zerar o desmatamento ilegal até 2020 ou em apenas quatro anos. Para atingir o objetivo, a Sema anunciou um plano de ações com o intuito de intensificar o monitoramento, a fiscalização e a responsabilidade aos crimes ambientais para o ano de 2017.
De acordo com o titular da pasta ambiental e vice-governador Carlos Fávaro, uma das propostas é montar uma base de operações de combate ao desmatamento ilegal em Colniza (1.065 quilômetros, ao noroeste de Cuiabá).
A cidade é uma das que estão nos primeiros lugares no ranking do desmatamento nos últimos cinco anos. "Temos um desafio gigante pela frente, que é zerar o desmatamento ilegal. Para isso, precisamos continuar avançando".
Mato Grosso não tem recursos suficientes para fazer o total do programa de combate de desmatamento por isso toda a política direcionada e a busca de parceiros internacionais.
“Precisamos de bastante dinheiro. O perfil do desmatamento mudou e mais da metade dele ocorre em pequenos números (áreas) de desmatamentos, entre 10 a 15 hectares. Os organismos nacionais e internacionais serão fundamentais para trazer recursos”, disse.
Além de Colniza (21,2 mil hectares), no ranking dos maiores devastadores mato-grossenses, estão os municípios de Aripuanã (8,4 mil ha), Marcelândia (8,2 mil ha), Feliz Natal (6,5 mil), Juína (5,5 mil ha), Nova Bandeirantes (5,4 mil ha), Cotriguaçu (4,03 mil ha), Paranaíta (3,7 mil ha), Apiacás (3,4 mil ha) e Nova Ubirantã (2,8 mil ha). Juntos, eles totalizam mais de 54% do desmatamento da floresta.
Quanto ao perfil, 49% são em propriedades rurais que estão na base de dados do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), o que contribuirá para a responsabilização dos autores, 1% está em terra indígena, 1% em unidades de conservação, 14% em assentamentos rurais, e 35% em propriedades não cadastradas.
Sobre o uso dos correntões, Fávaro argumenta tratar-se apenas de mais uma ferramenta de trabalho. “Se não derruba (a mata) com o correntão derruba com motosserra, com uma lamina ou machado. O que precisamos é combater é o crime de desmatamento”, avalia.
ÚLTIMOS 10 ANOS – Segundo a Sema, Mato Grosso reduziu nos últimos 10 anos cerca de 80% do desmatamento na Amazônia. A média de desmatamento que era de 5.714 km², entre 2001 e 2010, caiu para 1.129 km² este ano, com variações que compreendem: 1.120 km² (2011), 757 km² (2012), 1.139 km² (2013), 1.075 km² (2014) e 1.601 km² (2015). “Os 49% de aumento registrados entre 2014 e 2015 trouxe muita preocupação para a secretaria, o que contribuiu para que reforçássemos as ações de monitoramento e controle”, acrescenta o secretário Executivo da Sema, André Baby.