A saúde começa pela boca. Por isso, manter dentes, gengiva, língua, céu da boca e lábios saudáveis é fundamental para uma vida longa e de qualidade. Uma boa higiene bucal, diária e constante, aliada a visitas regulares ao dentista são os primeiros e principais passos para garantir um sorriso aberto e cheio de autoestima.
Mas é bom ter cuidado com o canto da sereia. Com a valorização da estética em alta, cor e forma dos dentes e sorriso harmônico se transformaram em metas a serem atingidas, quase uma obsessão para alguns. Produtos estéticos se multiplicam e vêm sendo utilizados sem acompanhamento profissional, o que pode resultar em riscos para o paciente.
É o caso, por exemplo, dos clareadores dentais, especialmente os feitos à base de água oxigenada, cujo uso é ensinado, passo a passo, via internet, como se não houvesse nenhuma contraindicação. Em verdade, a água oxigenada não deveria ser usada nem mesmo em bochechos para assepsia, pois o seu uso constante pode gerar consequências fatais.
A água oxigenada, ou peróxido de hidrogênio, é um agente cancerígeno. Embora não inicie, ela estimula o efeito dos indutores de câncer na boca, garganta, estômago e intestino, como tabaco, álcool, raios solares e químicos de alimentos industrializados, entre outros.
A utilização da água oxigenada no clareamento dental necessita de toda a segurança possível, que só pode ser garantida pelo profissional da Odontologia. Ele é treinado para este procedimento, que somente poderá ser executado com a adoção de medidas preventivas para impedir o contato do líquido com a mucosa protetora da boca,
O clareamento caseiro pode até ser “eficaz”, porém danifica a raiz e o esmalte do dente, além de provocar câncer. Nem mesmo “orientação” profissional deve ser estimulada. O clareamento dental para ser seguro, deve ser feito no consultório odontológico.
No consultório, é possível isolar os dentes com uma barreira, dificultando o contato direto do clareador com o restante da boca e realizar uma máxima sucção de todo o clareador antes de remover a barreira. Só se pode remover o isolamento, depois de eliminado (ou sugado) todo o clareador.
Em resumo. Enquanto no consultório a quantidade de clareador em contato com a boca é eventual, em casa, seja na escovação, nos bochechos ou fitas, este contato é diário e, como já foi dito, com grandes riscos para a saúde bucal e do corpo como um todo.
Portanto, antes de tomar qualquer decisão relacionada à saúde bucal, o paciente sempre deve consultar o seu dentista.
Ernani Caporossi
Especialista em Dentística Restauradora e Prótese Dental, MBA em Gestão em Saúde, membro fundador da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE), da Academia Brasileira de Osseointegração (ABROSSI) e da Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral (SBRO).