O Jornal Nacional exibiu, na noite desta quarta (11), uma reportagem na qual mostrou a situação precária de pontes de madeira na zona rural de municípios mato-grossenses.
A reportagem mostrou agricultores se arriscando em galhos de árvores para conseguir atravessar um rio, em Poconé (a 104 km de Cuiabá). A ponte de madeira do local foi arrastada pela água em fevereiro, após uma chuva forte atingir a região.
Desde então, 400 famílias que moram do outro lado não conseguem atravessar e ir para as cidades. O fato tem atrapalhado a agricultura familiar na região.
Um agricultor, identificado como Geraldo, explicou como está a situação dos produtores da região. “Nós plantamos mudas de banana e rama de mandioca e está parado porque não tem jeito de baldear, nós perdemos tudo”, afirmou.
Outro problema trazido pela falta de ponte é a dificuldade no transporte escolar, pois alguns estudantes ainda não conseguiram chegar ao local.
Do outro lado do rio, a escola novinha está com muitas carteiras vazias. Para chegar por terra é preciso dar uma volta de 70 quilômetros.
“Quando o transporte não vem por estar quebrado ou como agora que a ponte que caiu, então a escola praticamente para e o aluno perde”, disse o professor de matemática Edmar Fernandes Cardoso.
De acordo com a reportagem, a situação se repete em outros municípios mato-grossenses, como Chapada dos Guimarães (a 60 quilômetros de Cuiabá). Para ilustrar o caso, foi exibido um vídeo feito por um morador, que mostrou o que sobrou da ponte sobre o rio Casca, quebrada há dois anos e era usada pelos moradores de comunidades rurais.
Entre os municípios de Porto Estrela e Barra do Bugres, a ponte foi levada pelas cheias há quatro anos.
A alternativa é uma passarela construída pela prefeitura em parceira com os moradores de uma comunidade quilombola. Mas a obra não passa segurança. “Quando o rio enche, a passarela roda, aí a gente passa no bote. A gente passa muito medo”, afirmou a estudante Ana Cristina da Gama.
As prefeituras de Barra do Bugres, Poconé e Nossa Senhora do Livramento disseram que precisam de recursos do estado para construir pontes. A de Chapada dos Guimarães disse que a responsabilidade pela ponte é estadual.
O governo estadual declarou que nenhuma prefeitura pediu ajuda e que uma licitação para substituir 300 pontes está passando por reajustes de valores, sem prazo para ser publicada.