Câncer, um problema de saúde pública
Por por Rodrigo Motta
05/02/2014 - 11:22
O câncer é um problema de saúde pública mundial, e a sua incidência cresceu 20% na última década.
Para 2012 eram esperados no mundo 14 milhões de novos casos da doença. Porém, nas duas próximas décadas esse número deve chegar a 22 milhões.
O número de mortes causadas pelo câncer no planeta, deve subir das estimadas 8.2 milhões anuais para 13 milhões por ano, e apesar dos avanços, o relatório mostra que precisamos ter mais comprometimento com a prevenção e a detecção precoce da doença.
No Brasil, são esperados para 2014, cerca de 580 mil casos novos de câncer, sendo os mais incidentes na população brasileira, os tumores de pele não melanoma (182 mil), próstata (69 mil); mama (57 mil); cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil) e estômago (20 mil). O aumento do número de casos novos em nosso país, é resultado do processo de envelhecimento da população, mas com tendência de queda em relação aos tumores de pulmão, e do colo uterino, como resultado de longo prazo das ações dos programas nacionais de controle do tabagismo e do câncer do colo do útero.
Nos homens, o câncer de próstata lidera o ranking dos mais incidentes em todas as regiões do País, sem considerar os tumores de pele não melanoma. A região mais afetada é a Sul, com 91 casos a cada 100 mil habitantes, já na região Centro-Oeste, a incidência é de 63 casos a cada 100 mil habitantes. No Brasil, 70% dos casos de câncer no homem, exceto os de pele não melanoma, são da próstata.
A exemplo do câncer de próstata nos homens, o câncer de mama nas mulheres, mostra ser o mais freqüente, com uma incidência de 56% no sexo feminino.
A idade é o principal fator de risco para ambos os tipos de tumores e, o número de casos aumenta de forma acelerada após os 50 anos. Além do processo de envelhecimento inevitável, fatores hereditários, obesidade e dietéticos são implicados ao surgimento dos tumores malignos tanto na próstata, como na mama. Felizmente os métodos de diagnóstico precoce, bastante eficazes para as duas situações, aliadas aos avanços terapêuticos, diminuem o risco de morte destas duas patologias de elevada incidência. O mesmo não observamos em relação ao câncer de pulmão, que apesar de não ocupar as primeiras posições em termos de incidência, acaba sendo um dos mais letais no Brasil e no mundo.
Rodrigo Motta é Radioncologista na Nutec e membro Diretor da Sociedade Brasileira de Radioterapia