Casal ganha guarda provisória de recém nascida deixada em terreno baldio
Por Carolina Holland
14/04/2014 - 19:45
A recém-nascida encontrada em um matagal no bairro São Jorge, em Cáceres, está sob a guarda provisória de uma família que era a primeira da lista de adoção do município.
A criança foi abandonada pela mãe horas depois do parto, no último dia 7. A mulher confessou à polícia que não queria a filha porque o marido tinha ameaçado se separar dela caso engravidasse novamente. Os supostos avós paternos também entraram com pedido da guarda. A Justiça ainda vai analisar.
A decisão de encaminhar o bebê à família foi da juíza Leilamar Aparecida Rodrigues (foto), da 1ª Vara Cível da Infância e Juventude de Cáceres, como parte de uma medida protetiva à criança. O casal passou por estudo psicossocial antes de receber a menina. Quando foi encontrada, a recém-nascida ainda estava com o cordão umbilical, suja de fezes e com fome.
Após ser achada por uma moradora das proximidades do matagal onde estava, a criança foi encaminhada para um hospital e passou por acompanhamento médico. Conforme a equipe que cuidou da criança, ela não tem nenhum problema de saúde. Após receber alta na última sexta-feira (11), o bebê chegou a ser levado para a 'Casa da Criança', que acolhe menores de idade vítimas de violência doméstica, e posteriormente adotada pela família.
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O prazo para resolver a questão da adoção da criança é o tempo necessário para estudo psicossocial com família, citação dos pais biológicos. Até mesmo um exame de DNA poderá ser feito com a mulher que alega ser a mãe, para constatar se de fato a menina é filha dela. Também será preciso comprovar se o casal que pediu a guarda é mesmo os avós paternos da criança.
A mãe deu à luz no banheiro de casa na noite do dia 6 de abril e, na manhã seguinte, teria abandonado o bebê. O pai alega que não sabia que a mulher estava grávida. Eles têm outros três filhos. A mulher, que trabalha como vendedora, foi reconhecida por meio de câmeras de segurança da rua que registraram imagens do momento em que o carro dela passou pelo terreno baldio.
O inquérito do caso ainda não foi concluído, segundo a Polícia Civil. Familiares dos pais deverão prestar depoimento. A família é de classe média e teria condições de cuidar da filha, diz a polícia. A mulher não tem transtornos mentais e não toma remédios controlados.