O vereador João Emanuel (PSD) teve o mandato de parlamentar cassado durante sessão extraordinária na manhã desta sexta-feira (25) na Câmara deCuiabá, por quebra de decoro. Foram 20 votos favoráveis à cassação, quatro abstenções e uma ausência, do próprio João Emanuel. Os quatro vereadores que se abstiveram de votar foram Chico 2000 (PR), Lueci Ramos (PSDB), Marcrean dos Santos (PRTB) e Maurélio Ribeiro (PSDB). Para o mandato ser cassado eram necessários ao menos 13 votos favoráveis.
João Emanuel é alvo de investigação do Ministério Público (MP) na operação “Aprendiz”, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), por conta de indícios de fraude em licitação e pela suspeita de liderar um esquema de grilagem de terras, motivos pelos quais chegou a ser preso no último dia 26.
Em novembro do ano passado, João Emanuel foi afastado da presidência da Câmara após a deflagração da Operação Aprendiz. As investigações apontavam que o ex-vereador seria suspeito de envolvimento em fraudes em licitações e falsificação de documentos de terrenos que seriam dados como garantia a agiotas para obter dinheiro para ser usado na futura campanha dele a deputado estadual nas próximas eleições.
Durante investigações que culminaram com a Operação Aprendiz, o MPE obteve imagens que mostram João Emanuel numa suposta conversa de negociação de fraude de um contrato de licitação do Legislativo municipal. No vídeo, aparece uma mulher que seria responsável pela empresa, com quem ele discute um suposto direcionamento de um processo licitatório da Câmara. “Vocês fazem impresso, fazem adesivo, envelope, cartão de visitas e tudo isso a gente gasta o ano inteiro. Então, se a gente quiser fazer um registro de preço nosso lá, a gente já faz, coloca item aí, uma máquina que só vocês têm”, sugere o vereador à suposta responsável pela gráfica.