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Acadêmicos de Medicina protestam na Praça Barão
Por Diário de Cáceres
16/08/2014 - 19:27

Foto: web

Falta de professores, infraestrutura insuficiente, construção de prédios e laboratórios parada, livros antigos e escassos e até competição por sala de aula. Esses são alguns dos motivos que levaram todos os estudantes de Medicina da Universidade do Estado de Mato Grosso a declararem greve por tempo indeterminado em 13 de agosto de 2014. Cansados de promessas do reitor, os alunos afirmam que só aceitam o retorno das atividades quando as deficiências imediatas forem sanadas.

 

Os acadêmicos do curso de Medicina da Unemat protestam agora na Praça Barão do Rio Branco. No blog onde informam sobre o movimento, uma postagem afirma que a greve é um movimento independente, decidido apenas e unicamente pelos próprios estudantes, casandos de esperar pela estrutura necessária, prometida e não cumprida,

"Os estudantes de Medicina da Unemat vêm a público declarar que a greve é um movimento independente. Não tem apoio político e não é vinculado a nenhum partido ou empresa. Somos nós, apenas os estudantes, que nos unimos e acreditamos que, mobilizados, resolveremos os problemas urgentes que impedem nossa formação de qualidade. Pedimos a solidariedade da população, pois a saúde de vocês amanhã depende da nossa educação. "-dia a nota. 

O blog informa ainda que há um ano, o CRM já lamentava a situação, veja:

Há um ano, CRM já lamentava postura da Unemat

 
Em 2013, durante protestos dos estudantes sobre a necessidade de melhorias urgentes, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso manifestou solidariedade aos acadêmicos e lamentou a postura da Unemat à época. Mesmo com o alerta do CRM, nada foi feito. 

Segue a íntegra do posicionamento do CRM-MT em junho de 2013:

"O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso lamenta o posicionamento da Coordenação do Curso de bacharelado em medicina da UNEMAT e espera que a instituição e os alunos cheguem a uma solução para o impasse.
 
Independente da utilização de uma metodologia de ensino moderna ou tradicional, a infraestrutura e quadro de professores qualificados são fundamentais para o bom desempenho dos alunos e não merecem ser colocados como itens dispensáveis, o que resulta em profissionais despreparados para atender a população brasileira.
 
O CRM-MT, assim como outras entidades médicas do Brasil, se preocupa com a qualidade de ensino nas faculdades brasileiras, que tem a obrigação de formar médicos de qualidade para o atendimento à sociedade.
 
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DE MATO GROSSO"
 
E mais: replica matéria do site Midianews sobre a postura do MP em relação aos fatos:
 
O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil para apurar a atual estrutura oferecida pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) aos estudantes do curso de Medicina, que passou a ser ofertado pela instituição no segundo semestre de 2012.

Alvo de reclamações constantes por parte dos discentes, que até mesmo entraram em greve na última quarta-feira (13), o curso apresentaria supostas irregularidades, como déficit de professores, falta de salas de aulas e laboratórios específicos para o curso.

Em maio de 2013, pouco antes da situação precária do curso virar assunto da imprensa nacional, o promotor de Justiça do Município, Kledson Dionysio de Oliveira, instaurou um procedimento preliminar para apurar as denúncias feitas pelos estudantes.
Por meio de assessoria, ele confirmou aoMidiaNews que um inquérito foi aberto e que a fase atual é destinada à análise das provas colhidas para saber se as investigações irão culminar no oferecimento de denúncia à Justiça.

Protestos

Nesta sexta-feira (15), cerca de 100 alunos do curso de Medicina se concentraram para discutir os rumos do movimento grevista, e seguem em protesto em frente à reitoria durante à tarde.

Na quinta-feira (14), eles fizeram um protesto na área vazia que deveria abrigar a sede do bloco de medicina, bem como na construção – que eles alegam estarem abandonadas – do prédio que abrigaria o Laboratório de Anatomia, Histologia, Patologia e Habilidades Médicas do curso.
Em nota publicada no blog oficial do manifesto, os estudantes do 5º semestre do curso, que lideram a greve, afirmam que não irão retornar às aulas enquanto não forem cumpridos, de forma imediata, as seguintes reivindicações: qualificação de todos os professores para a metodologia PBL e educação continuada; docentes com requisitos mínimos para cumprimento de carga horária; contratação de recursos humanos administrativos; disponibilização na biblioteca de bibliografia mínima recomendada; e regularização de convênios com instituições de saúde e prefeitura.

Outras reivindicações imediatas são a aquisição de peças anatômicas humanas; cumprimento e reposição de aulas; apresentação de projeto pedagógico completo e coerente e entrega e seguimento de plano de ensino; disponibilização de identificação estudantil para atividades práticas; oferta de vacinas para estudantes; revisão de critérios para seleção de vagas remanescentes; criação da Faculdade de Ciências Médicas e oficialização do Hospital Universitário.

Os alunos também requerem o acesso à base de dados acadêmicos e periódicos na área de Saúde; disponibilização de internet wi-fi na Cidade Universitária e a construção de Biotério.

Eles exigem, ainda, a construção do bloco do Curso de Medicina e do Restaurante Universitário dentro de até 90 dias, bem como a disponibilização de transporte coletivo entre os campi de Cáceres.

 

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