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Acadêmicos do Curso de Medicina da Unemat decretam fim da greve estudantil
Por http://sosmedicinaunemat.blogspot.com.br/
27/10/2014 - 12:38

Foto: http://sosmedicinaunemat.blogspot.com.br/
A greve estudantil dos alunos de Medicina da Unemat chegou ao fim nesta segunda-feira, 27 de outubro. O movimento, que durou 76 dias, terminou após a convocação enviada pela Reitoria exigindo o retorno às aulas a partir de 28 de outubro. 
 
Para os estudantes, o sentimento é de decepção com a postura da gestão da Unemat em cessar o diálogo durante a greve e exigir o retorno dos acadêmicos às salas de aula. Os alunos entendem, porém, que o fim da greve não implica no fim da busca por melhor qualidade de ensino. 
 
Apesar de a paralisação das atividades ter terminado, os acadêmicos garantem que acompanharão todos os itens acordados em audiência de conciliação para que as promessas feitas pela gestão da Unemat sejam cumpridas. Os acadêmicos lamentam que todos os itens do manifesto não foram conquistados, como era a proposta inicial, porém, reconhecem que o movimento de greve teve significativa importância dentro da universidade. Entre as mudanças, está a saída da docente Cláudia Cestari do cargo de coordenadora do Curso de Medicina e o acordo de reposição das aulas que ficaram pendentes desde a implantação do curso, em 2012. 
 

Conquistas
 
Com a greve, os acadêmicos conseguiram reuniões decisivas para conquista de melhorias para a universidade, como o encontro com o atual governador, Silval Barbosa, e com o senador e governador eleito Pedro Taques, que se comprometeu em trabalhar a reestruturação do curso na Lei Orçamentária Anual (LOA). Os estudantes também estiveram reunidos com os deputados estaduais e membros da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, Ezequiel Fonseca, Airton Português e Alexandre Cesar. Os deputados reconheceram a importância do movimento estudantil e enfatizaram que o curso é um patrimônio e deve ser valorizado. Por isso, lutarão pelas melhorias reivindicadas pelos acadêmicos. 
 
Durante os 76 dias de paralisação das atividades, os alunos de Medicina da Unemat também se reuniram com a Coordenação do Curso de Medicina, com a direção da Faculdade de Ciências da Saúde, com o coordenador do campus de Cáceres, Anderson Marques do Amaral, com pró-reitores, com o reitor Dionei Silva e com a futura reitora Ana Maria Di Renzo, além de participação em reunião extraordinária no Colegiado Regional. Todos reconhecem que é preciso valorizar o curso de Medicina na Unemat e comprometeram-se a prover a infraestrutura necessária. Este compromisso foi firmado em audiência de conciliação, que ocorreu em 12 e 15 de setembro. 
 
A maior conquista da audiência de conciliação, conforme os estudantes, é a garantia da entrega do projeto político pedagógico em 30 de outubro, um compromisso firmado pela coordenação da Medicina. Sobre os livros, a Reitoria comprometeu-se na aquisição de alguns volumes até o fim do ano. O montante não é suficiente para suprir toda a demanda do curso, mas é um começo para futuras negociações, segundo acreditam os alunos. Esta demanda também foi solicitada ao senador Taques.
 
Outros itens reivindicados avançaram na negociação e serão cobrados pelos acadêmicos. Destacam-se a disponibilização de identificação estudantil, a contratação de recursos administrativos, a oferta de vacinas para estudantes, a oficialização do Hospital Ensino e o acesso à base de periódicos. 
 
Há pontos ainda criticados pelos acadêmicos, como critérios para seleção de vagas remanescentes, necessidade de criação da Faculdade de Ciências Médicas, oferta de internet wi-fi na Cidade Universitária, construção de biotério, transporte coletivo, restaurante universitário e entrega dos blocos de sala de aula e de laboratórios. Há questionamento na justiça também sobre o curso de capacitação de docentes e aquisição de peças anatômicas humanas. 
 
Durante a greve, a equipe da Prefeitura recebeu os alunos e comprometeu-se a ajudar na aquisição de livros e na questão do transporte, em parceria com a Unemat. O tema convênios também foi abordado, e houve ênfase na importância da regularização dos documentos.
 
Uma iniciativa do deputado Antônio Azambuja (PP) pode resultar numa parceria entre o Hospital Regional de Cáceres, Antônio Fontes, e a Unemat. A proposta é que a gestão do hospital fique sob a responsabilidade da Unemat. De acordo com o deputado Azambuja, uma indicação nesse sentido já foi encaminhada ao secretário de Estado de Saúde (SES), Jorge Lafetá, para análise de viabilização da proposta. 
 

Apoio
 
Um destaque da greve foi a recepção positiva entre docentes e técnicos de todos os cursos da universidade. Durante os 76 dias do movimento, estudantes de outros cursos também fizeram reuniões para discutir as condições de ensino na Unemat, o que mostra uma preocupação de toda a comunidade acadêmica. 
 
As reivindicações dos estudantes de Medicina da Unemat foram apoiadas também em outras universidades do país. Mais de 40 centros Acadêmicos de Medicina e Diretórios Centrais de Estudantes (DCE) de todas as regiões do Brasil emitiram notas públicas. Também externaram apoio Sindimed-MT, Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil, União Nacional dos Estudantes (UNE), Revista Academia Médica, Associação dos Docentes da UFMT e Diretoria da Associação Médica Brasileira. 
 
Para os acadêmicos, o Curso de Medicina não é valioso somente para os estudantes. É uma conquista da população de Cáceres, que merece uma saúde melhor e uma cidade melhor. É uma conquista do Estado de Mato Grosso, que merece uma universidade de excelência. É por isso que, mesmo com o fim da greve, a busca por mais qualidade de ensino continua.
 
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