Na busca pela solução dos problemas enfrentados por brasileiros residentes na fronteira do Brasil com a Bolívia, e a melhoria da segurança na região, a comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (20), o requerimento do Senador Wellington Fagundes (PR-MT) para a realização de audiência pública para debater o papel do Brasil na relação entre os dois países.
O parlamentar destaca que, somente em Mato Grosso, existe mais de 720 quilômetros de fronteira seca com o país andino e, com isso, há a necessidade de aprimorar o diálogo entre os governos Federal e Estadual sobre o tema. "Por isso convidamos o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Guilherme Maluf. Esta será uma presença fundamental para que o Senado fique ciente da realidade de parte da população fronteiriça".
Segundo o republicano, os cidadãos brasileiros que moram na fronteira tem uma necessidade de amparo do Governo no que tange os direitos à educação, saúde, assistência social e sobretudo segurança. "O IBGE realizou levantamento onde ficou constatado que há uma dificuldade de acesso aos bens e serviços públicos naquela faixa de fronteira. Por conta disso, existe um baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que se reflete em uma abertura muito grande para o uso dessas regiões e da população local para o tráfico de drogas e armas, que são bases para o aumento da violência", alerta.
Wellington afirma ainda que o fortalecimento das relações socioeconômicas entre Brasil e Bolívia pode ser iniciado com a resolução dos problemas de quem vive na fronteira. A audiência deve também abrir a discussão sobre outros entraves entre os dois países. "Um tema que também deverá ser debatido no futuro é a questão da logística, ao desentravarmos a questão aeroportuária brasileira para o bem de todos. O Brasil não pode ficar de costas para o Mercosul", assegura.
Além do presidente da ALMT, a comissão convidará representantes do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Justiça, das Forças Armadas e também o comandante do Gefron, o Grupo Especial de Segurança de Fronteiras de Mato Grosso.
O senador garante que, em um futuro próximo, a iniciativa servirá de modelo para aperfeiçoar os debates na totalidade da fronteira do Brasil: com a Venezuela, a Colômbia, o Peru, o Paraguai, a Argentina e o Uruguai.