Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Drogas:Consumo e dramas familiares aumentam
Por Diário de Cuiabá
18/12/2016 - 15:13

Foto: IMAGEM ILUSTRATIVA

Entre 1º de janeiro e 30 de novembro deste ano a Polícia Militar apreendeu 3,3 toneladas de drogas em Mato Grosso, principalmente maconha e cocaína. Essa quantidade já representa um aumento de mais de 100% em relação ao ano anterior. 

Conforme dados da PM-MT, em 2015 as apreensões do ano todo somaram 1,5 tonelada. Em 2016, as maiores apreensões ocorreram em Cuiabá, onde em setembro deste ano foram apreendidos 1,2 mil quilos de maconha. 

O número de registros de prisões por porte de droga para uso e tráfico também deve superar os anos anteriores. Os dados parciais de 2016 já contabilizam 5.530 ocorrências (BO), grande parte deles com mais de uma prisão. Em 2014 foram 4.714 e no ano passado 5.730. 

A dependência química, um dos grandes dramas das famílias, está cada dia mais presente na vida dos brasileiros. O juiz da Vara Especial Criminal Unificada de Cuiabá, Mário Roberto Kono de Oliveira, diz: “em quase todos os lares há um ou mais dependentes químicos, não só das drogas ilícitas”. 

O magistrado lembra que as drogas estão disponíveis em todos os lugares, em cada esquina, muitas vezes com vários pontos da mesma rua ou quarteirão. Uma das maiores autoridades do Judiciário mato-grossense nas questões relacionadas às drogas, Kono considerada a repressão importante, mas diz que “traficante é igual mosca, abate um, outros vêm”. 

De acordo com ele, 50% dos processos do Juizado Especial são relacionados à dependência. São os chamados delitos de menor potencial ofensivo. É o filho viciado que ameaça, agride o pai, furta e pratica outros delitos dentro da própria família. 

Há 17 anos atuando na área, Mário Kono avalia que está faltando disciplina e formação moral e religiosa nas famílias. E, claro, políticas públicas, de saúde, educação, assistência social e emprego, por exemplo, não só para assistir o dependente como prevenir o consumo. “As mães saem para trabalhar, precisam sair, mas não têm com quem e nem onde deixar seus filhos em período integral”. 

No Juizado Especial, além de psicólogas e assistentes sociais, há grupos de autoajuda e outros serviços de terapia para dependentes e familiares. Entre as centenas que lutam para se manter longe das drogas, está L.P.A., 32 anos. “A gente sabe que as drogas destroem nossas vidas e as relações familiares, mas é muito difícil não usar”, desabafa. 

Atualmente desempregado, L. que é uma espécie de faz-tudo (pedreiro, encanador, eletricista, zelador...), conta que já perdeu a mulher, os dois filhos e agora só conta com a mãe ao seu lado. “Sei que não é fácil viver ao lado de um dependente, não posso culpá-los pelo abandono”, lamenta. 

Já o problema do servidor público Hélio de Oliveira Santos, 67 anos, é com a filha. Dependente desde os 15 anos, aos 35 ela vive perambulando pelas ruas de Cuiabá, entre dependentes químicos. 

Usuária de crack, a filha dele já passou por mais de 10 internações, o máximo que ficou sem consumir drogas foram 12 meses. “Estou cansado, mas não deixo de acreditar que ela volte a viver em família, sem comprometer a saúde e a filha dela”, diz. 

 

Carregando comentarios...

Cidades

200 já morreram nas BRs de MT em 2016

18/12/2016 - 15:02
Polícia

MT vai congelar salários por 2 anos

18/12/2016 - 14:57
Economia

MT:economia depende de dez cidades

15/12/2016 - 08:18