Uma médica do município se recusou a prestar atendimento a uma paciente que sofreu um ataque epiléptico, na porta do Pronto Atendimento Médico – PAM. Silvana Gonçalves de Matos, 25 anos que, há algum tempo, apresenta quadro de epilepsia, foi levada pela mãe Eleonora Gonçalves, ao PAM quando estava em uma crise epiléptica. Lá, ela foi atendida pela médica Cecília Penha da Cruz, que no momento, ministrou a aplicação do sedativo Diazepam. Alguns minutos, quando saia da unidade de saúde, a pacientes sofreu novo ataque, mas dessa vez não foi atendida.
A mãe conta que, mesmo com a filha em convulsão, a médica se recusou a prestar socorro, afirmando que “temos que desmamar esse povo do Pronto Socorro”. O caso aconteceu no dia 20 de janeiro. Porém, somente, nesta semana, Eleonora falou sobre o ocorrido porque, segundo ela, teve que avaliar bem a situação antes de denunciar, por temer represália.
“Eu tive que pensar direito antes de contar porque, a gente está sempre precisando de atendimento médico no Pronto Socorro, minha filha sofre constantes crises” disse acrescentando que “eu decidi procurar o jornal para denunciar, para que isso não aconteça mais, nem comigo, nem com outras pessoas. Esses médicos são pagos como o nosso dinheiro. Eles não podem humilhar quem precisa de atendimento público. Se os enfermeiros e outra médica não atendessem, minha filha poderia até morrer”.
Eleonora lembra que, se por um lado a médica Cecilia, deixou de prestar socorro a sua filha, por outro, ela foi bem atendida pelos enfermeiros e pela médica Josiane que, após passar novo medicamento, a encaminhou para internação no Hospital São Luiz, onde permaneceu por três dias. “Os enfermeiros ficaram preocupados e levaram minha filha para ser atendida pela outra médica. Que ao contrário da doutora Cecília, atendeu a gente muito bem e após o medicamento encaminhou para o Hospital São Luiz”.
Médica nega omissão e secretário promete apurar denuncia
Procurada pela reportagem, a médica Cecília da Cruz, primeiro disse que “não foi nada disso que aconteceu. Quem me conhece sabe que eu jamais deixaria de prestar socorro a alguém. Eu apenas tomei a conduta médica”. Em seguida, admitiu que foi “ríspida” com um enfermeiro que levou a paciente e aplicou outro medicamente.
“Eu realmente fui ríspida com o enfermeiro. Pois ele não poderia levar a paciente sem autorização do médico e tampouco agir como se fosse médico” disse afirmando que estranhou que a mãe da paciente tivesse procurado o jornal para denunciar. “Eu não sei porque ela procurou jornal. Se ela se sentiu ofendida deveria procurar a justiça”.
O secretário de Saúde, Roger Alessandro, disse que já determinou a abertura de um procedimento administrativo para apurar a denuncia. “Será instaurado um procedimento administrativo. Vamos ouvir todos os envolvidos. A médica e os enfermeiros. Se for comprova a negligência o acusado será responsabilizado”.