Uma vistoria da Polícia Ambiental flagrou um cenário desolador em um criadouro de jacarés em Cáceres, a 220 km de Cuiabá. A fiscalização foi feita após denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) de maus-tratos e mutilação dos animais que eram criados no local.
O responsável pela Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal Ltda (Coocrijapan) foi detido nessa quarta-feira (4).
À Polícia Civil, Selden Silva alegou que não é mais responsável pelo criadouro e foi liberado depois de assinar Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). O advogado dele disse que irá se manifestar sobre o assunto posteriormente.
Foi aplicada uma multa de R$ 6,9 milhões pelo crime de maus-tratos a animais silvestres. A multa foi de R$ 3 mil por cada jacaré encontrado vivo no local.
No local, foram encontrados jacarés em estado de extrema desnutrição, mutilados, debilitados e alguns já mortos e em estado de decomposição.
Com base em denúncia do MPE, agentes da Polícia Militar Ambiental do município foram até o local junto com oficiais de Justiça e peritos da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) e confirmaram os maus-tratos e a situação de abandono dos animais.
Durante a vistoria realizada no local, o zelador e o administrador do criadouro apresentaram termos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), onde constavam o nome do responsável pelo criadouro e pelos 9.537 animais.
No entanto, o zelador informou à polícia que tinham apenas 2.300 animais vivos no criadouro.
A polícia informou ter entrado em contato com o advogado de Selden Silva, que alegou não ser o proprietário da empresa e que os animais não era de responsabilidade dele. Disse que era sócio da empresa, mas que saiu da sociedade para ter uma criação independente.
Em depoimento à Polícia Civil, Selden afirmou que passou a ser fiel depositário dos animais em 2011 contra a vontade dele e que depois de algum tempo os jacarés foram doados a um hospital de Cáceres. Depois dessa doação, ele disse que os animais seriam abatidos na cooperativa e a carne seria doada a essa instituição e que desde então não tinha mais responsabilidade sobre os animais.