Liberação do menor envolvido em estupro de criança deixa delegada revoltada
Por Diário de Cáceres
17/06/2013 - 08:17
A soltura de um garoto de 13 anos, que juntamente com um maior, estuprou um garoto de sete anos incompletos na semana passada em Cáceres, deixou a delegada responsável pelo inquérito, Elizabeth Garcia dos Reis (titular da Delegacia da Mulher e da Delegacia da Infância e Juventude), indignada. Tão indignada que, numa atitude pouco comum, ele usou as redes sociais e postou um desabafo, onde escreveu o termo "di menor", popularmente utilizado. Na narrativa, ela conta que ouviu os lamentos da família do menos, ainda na delegacia, quando viram que o acusado havia sido liberado. Veja abaixo o desabafo postado e a seguir a matéria sobre o fato:
Amigos do Face, nunca comentei sobre o meu trabalho nesta página mas hoje quero dividir com todos vcs a minha frustração = uma ocorrência d estupro de vulnerável envolvendo um adolescente ¨OS DI MENOR¨, e um maior de idade e uma criança do sexo masculino (VÍTIMA), com apenas 06(seis) anos de idade. O adolescente foi apreendido (pela Polícia Militar) e autuado em flagrante pelo Delegado d plantão, mas vejam q coisa INÉDITA, estávamos nós, servos d DEUS e da POLÍCIA JUDICIÁRIA CIVIL (a Polícia Militar prendeu o DI MENOR a Polícia Civil o maior de idade), procedendo auto de prisão em flagrante delito do maior d idade, qndo ouvi lamentos e gritos de desespero e ao sair do meu gabinete pude ver os familiares da vítima em desespero, pois tomaram conhecimento que o agressor ¨DI MENOR¨ havia sido liberado, após ser apresentado ao representante do Ministério Público. Os familiares do agressor maior de idade q estavam na sala da frente, os da vítima em outra repartição (como o ambiente é pequeno, tudo se escuta) . Resultado = enquanto uns choram, outros se beneficiam. Eu fiz a minha parte o maior de idade foi para cadeia pública; quanto tempo ele vai ficar lá, não sei, depende de quem vai interpretar a lera fria da lei. Eu sou Delegada de Polícia, não Promotor(a) nem Juiz(a). O mais triste de tudo é q NÓS Policiais (Civis e Militares) somos aqueles q temos o contato imediato com as vítimas e os agressores. Enquanto as vitimas se apresentam debilitadas física e psicologicamente, envergonhadas, amedrontadas, senão ensaguentadas, sujas e cheirando a esperma e suor, os agressores se sentem seguros e protegidos pelos familiares e advogados e a LEI VIGENTE. Eu faço uma pergunta = porque será que a POLÍCIA CIVIL E MILITAR comete o que costumam dizer= mais falhas, erros, são mais punitivas, são truculentas, são abusivas, são violentas, são tudo de ruim a que uma comunidade pode atribuir. O Promotor de Justiça e o Juiz só tem contato com as partes, depois de algum tempo, quando já passou o primeiro trauma, isso quando a vítima não fica frente a frente com os agressores (pessoas leigas não sabem que podem pedir que o agressor saia da sala de audiência, normalmente quando a vítima entra na sala de audiência já se depara com o agressor e sem algemas, o Juiz, o Promotor e o Advogado todos muito bem vestidos = se sentem mais uma vez vítimas do próprio sist
ema). Nossas Leis vigentes são retrogradas ou não existe políticas públicas para o perfeito exercício das mesmas, ou os seus executores as estão interpretando de acordo com o q entendem afinal o Direito nunca foi uma ciência exata.
Veja a matéria do fato (MidiaNews)
A Polícia Civil prendeu um jovem de 18 anos e deteve um adolescente de 13, principais suspeitos de estuprarem um menino de sete anos. O crime ocorreu ontem à noite em Cáceres (a 230 quilômetros da Capital).
O crime teria ocorrido numa casa abandonada na periferia da cidade. O jovem foi preso e autuado pelo crime de estupro de vulnerável. O adolescente, no entanto, foi liberado pela Justiça.
Segundo a delegada Elisabete Garcia dos Reis, o menor foi detido horas após o crime e o outro suspeito foi localizado no início da manhã de hoje (14).
“Com isso autuamos em flagrante. Existem provas nos autos e, no caso de estupro de vulnerável, a palavra da vítima é o que vale”, explicou a delegada.
De acordo com a delegada, a mãe da criança foi até a Polícia para denunciar o abuso sexual, após o menino procurar a tia com a roupa manchada de sangue. A criança também reclamou de dores físicas.
A criança contou que, no curto trajeto entre o posto de saúde à casa da tia, foi abordado pelo adolescente, que o convidou a ajudá-lo a cortar capim para alimentar cavalos.
No entanto, a criança foi levada para uma casa abandonada no meio do mato e lá teria sido violentada pelo adolescente e pelo jovem de 18, que já aguardava no local.