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Morre o líder sul-africano Nelson Mandela
Por Diário de Cuiabá
06/12/2013 - 10:26

Foto: arquivo
O maior símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul e Prêmio Nobel da Paz por seus esforços contra o racismo morreu ontem. Nelson Mandela tinha 95 anos, sofria de uma grave infecção respiratória e estava sendo mantido em sua casa em Johannesburgo sob cuidados médicos. Ele esteve hospitalizado de 8 de junho a 1º de setembro com um quadro de infecção pulmonar e outras complicações. No fim de semana, Zindzi, sua filha mais nova, disse ao New York Times que sabe que ele está morrendo. “Nossos pensamentos e de milhões de pessoas ao redor do mundo estão agora com Mandiba”, disse o presidente Jacob Zuma, em um pronunciamento televisionado ontem. Foi a quarta internação do líder desde dezembro. Antes de ir para casa, ele foi tratado no hospital civil Mediclinic Heart, diferentemente de outras vezes quando esteve em centros médicos militares. Após dias de um quadro clínico grave, porém estável, o sul-africanos começaram a aceitar a ideia de perdê-lo. Mandela passou 27 anos em três prisões diferentes durante o regime racista branco e contraiu tuberculose no cárcere. A maior parte desse período, passou em Robben Island, na costa da Cidade do Cabo, onde ele e outros prisioneiros trabalhavam em uma pedreira. Foi libertado em 1990 e se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul em 1994. O ativista deixou o cargo de chefe de Estado em 1999, após um mandato, e se afastou da vida política há uma década. Sua última aparição em público foi na final da Copa do Mundo de futebol em Johanesburgo, em 2010. SÍMBOLO Frágil, idoso, o homem que se tornou o símbolo da luta contra o regime de segregação racial na África do Sul vinha enfrentando problemas respiratórios persistentes. Um problema que começou anos atrás, ainda na prisão, e que se somou a outros como câncer na próstata e irritação ocular, que teve ao longo da vida. A primeira vez que Mandela teve problemas relacionados ao pulmão foi ainda na prisão, onde se queixava da cela úmida. Em 1988, ele foi diagnosticado com pneumonia em estágio inicial - a mesma doença que matou seu pai. Mandela foi internado com uma forte tosse e fraqueza, e dois litros de fluidos foram retirados de seu peito. Ele ficou seis semanas hospitalizado antes de ser transferido para uma clínica particular perto da prisão da Cidade do Cabo. Somente após quatro meses ele foi considerado curado. A prisão deixou outras sequelas. Suas glândulas lacrimais foram danificadas pelos anos em que passou quebrando pedras na prisão de Robben Island. Seus olhos se tornaram mais secos, suscetíveis a irritações. Poucos meses depois de assumir a Presidência da África do Sul, ele operou a catarata, aos 75 anos, e seus assessores pediam aos fotógrafos que não usassem flashes durante as fotos para não irritar os seus olhos.
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