Morreu na manhã de hoje, 13, aos 90 anos, o frei holandês Grignion. Ele fazia parte do grupo de freis holandeses que há 57 anos estão na cidade com a missão de auxiliar na educação, evangelização e saúde dos mais necessitados.
Com seu jeito humilde e modesto, mas com carisma e generosidade, celebrava missas nas igrejas da cidades e tinha o prazer levar a comunhão a pessoas enfermas em sua casas.
O seu corpo está sendo velado na Igreja Imaculada Conceição, que ele ajudou a fundar. Amanhã, 14, a partir das 9h na Catedral São Luiz, haverá uma missa de corpo presente e e seguida ocorrerá o sepultamento na Igreja Imaculada Conceição.
Ele pertencia a Congregação dos Irmãos Cristãos da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem e Mãe de Deus Maria.
Holandeses em Cáceres
A pedido do Papa e através de contatos entre a Terceira Ordem Regular (TOR) e o bispo Dom Máximo Biennès, no dia 28 de fevereiro de 1957 ficou decidido que em outubro do mesmo ano viriam os freis para o Brasil, com o intuito de contribuir com a nossa educação, saúde e a comunidade em geral.
São 50 anos de serviços prestados a cidade de Cáceres, tudo iniciou 1 mês após a chegada dos primeiros 3 freis, Bertrando, Pamphilius, Giuseppe com o funcionamento da Escola do Instituto Santa Maria, administrada por frei Pamphilio, inicialmente com 129 alunos, ainda no prédio do centro Diocesano, em seguida por frei Giuseppe, frei Gringnion enquanto era somente o 1º grau e em 1960 foi construído o prédio próprio do Colégio e incorporado também o Ginasial, passou então a ser dirigida por frei Matheus até 98, quando, a convite dos Freis, a professora Cléia Castilho passou a dirigir e escola e o faz até a data de hoje.
Construiu anexo ao prédio do colégio, 01 Marcenaria, onde frei Marino ensinou o ofício de carpinteiro a muitos jovens.
Frei Bertrando, praticada a caridade ajudando aos doentes do pênfigo (fogo selvagem), pois na década de 60 era grande o número de portadores da doença que deixava os corpos das pessoas em chagas e também da hanseníase. Pelas suas mãos eram dados os primeiros socorros, como banhos e proteção da pele envolta em folhas de bananeiras, por ser impossível usar as vestes normais nos infectados pelas chagas. E por assim ser, resolveram com a ajuda da Fundação Memisa da Holanda, fundar em 1972, ao lado de Frei Gumáru e com a ajuda de pessoas da sociedade o Hospital O Bom Samaritano, que trata exclusivamente de doenças dermatológicas, como as já citadas e ainda, leishmaniose, úlceras, etc.
Anexo ao Hospital, construiu ainda uma Casa de Apoio para acolher pessoas de outros municípios, de baixa renda, que em consultas na cidade de Cáceres tivessem onde abrigar-se.
O trabalho dos freis prosseguiu e em parceria com o Rotary Club local, fundaram em 31 de agosto de 1976, a APAE, para atendimento social, humanitário e escolar, as crianças com deficiências.
Graças à ajuda de escolas do mesmo gênero em Bergen op Zoom, Breda em Oosterhout (Holanda), a escola atende 120 crianças.
Ainda inclui-se na lista de serviços prestados e instituições criadas e administradas pelos freis, a construção da Igreja Imaculada Conceição
onde o Padre Frei Gringnion presta atendimento de orientação psicológica e espiritual a comunidade do Bairro da Cavalhada, principalmente aos doentes, idosos e pobres.
Por todo este comprometimento com a comunidade Pe. Frei Gringnion, com recursos da Holanda, construiu a Fundação Casa de Maria e José, um complexo com 10 casas para moradia de idosos, que com suas aposentadorias possam sobreviver sem o custo do aluguel, da energia e da água.
Para auxiliar as famílias de baixa renda, os freis holandeses fundaram no dia 01 de maio de 1992 a Creche Cenecista Major Epaminondas Aquino, filiada a CNEC, uma das maiores redes de ensino do Brasil, e atendia inicialmente 30 crianças, cujo objetivo era oportunizar as mães o trabalho externo com a segurança de ter onde deixar seus filhinhos.
Após 10 anos, Frei Mauricio que administra a entidade viu a necessidade de tornar a creche um escola para educação Infantil e ensino fundamental e hoje denomina-se Centro Educacional Cenecista 1º de maio.
Todas as construções passaram pelas as mãos de Frei Bertrando, construtor que aprendeu seu oficio trabalhando nestas obras, mas que ainda hoje, com 82 anos de idade, continua atuando na profissão e servindo todas as entidades e possui em seu curriculum profissional mais de 300 construções dentro desta cidade que o acolheu e o tem como um filho da terra.
Cáceres-MT, só tem a agradecer a Deus, a Dom Máximo que intercedeu pela vinda dos religiosos, e aos heróis: Frei Bertrando, Giuseppe, João, Gumáru, Martinho, Cosmás, Gringnion, Felipe, Casimiro, Maurício, Matheus e aos “in memorian”: Frei Vitorino, Frei Pamphilio, Frei Clemente e Frei Sérgio, por todo serviço prestado à Cáceres-MT, a cidade princesinha do Paraguai. (CNBB)