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Protesto:PMs e bombeiros caminham até a AL
Por Gustavo Nascimento/Diário de Cuiabá
14/05/2014 - 16:03

Foto: DC


No mais numeroso protesto de 2014, policiais e bombeiros caminharam da avenida do CPA até a AL por melhores condições de trabalho, ontem, 13

 
A 30 dias da Copa do Mundo, policiais militares e homens do Corpo de Bombeiros realizaram ontem a mais numerosa e organizada manifestação contra o governo em 2014. Por volta de 700 policiais interromperam o trânsito da avenida do CPA e caminharam em direção à Assembleia Legislativa do Estado. Os policiais não descartam a possibilidade de greve durante o Mundial. 

Na tarde desta terça-feira (13), aproximadamente mil militares realizaram uma assembleia geral no ginásio de esportes Verdinho, na avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA). Na assembleia, que contava com membros das associações dos oficiais, cabos, soldados, subtenentes, sargentos e homens do Corpo de Bombeiros, foi aprovada uma proposta da reestruturação da carreira dos profissionais. 

De acordo com o sargento Luciano Esteves Corrêa Costa, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar de Mato Grosso (ASSPM-MT), após a deliberação, a categoria decidiu realizar uma passeata até a Assembleia, onde cobraram apoio por parte da Casa de Leis. 

Por volta de 700 servidores chegaram à AL cantando o hino da PM. Eles lotaram as galerias e cobraram um posicionamento dos deputados. Os agentes conversaram ainda com o líder do Governo na Casa, o deputado J.Barreto (PR), com o ex-presidente da AL, José Riva (PP), e com o atual, Romoaldo Júnior (PMDB). 

Após a pressão, os militares conseguiram agendar uma reunião com o governador Silval Barbosa, para a próxima quinta-feira (15), às 15h, no Palácio do Governo. 

Segundo o presidente da Associação dos Oficiais (Assof), o major Wanderson Nunes de Siqueira, a categoria tem se submetido a uma jornada de trabalho de praticamente o dobro se comparados a outros servidores da Secretaria de Estado Segurança Pública. Ele afirmou que o governo também não tem pagado adicional noturno e de insalubridade. Ele calcula uma defasagem salarial de até 60%. 

Com o acumulo da defasagem, a categoria criou uma proposta de reestruturação parcelada em dois anos. As primeiras parcelas para julho e dezembro de 2014 e mais duas para maio e outubro de 2015. O projeto havia sido discutido no ano passado e engavetado por falta de propostas. 

Porém, com a reestruturação de outras carreiras do Estado, a categoria voltou a exigir mudanças. Os militares não descartam a possibilidade de greve durante a Copa do Mundo, caso o governo não abra o dialogo. 

A reportagem do Diário procurou o Comando Geral da PM, que não quis se manifestar. A Corporação afirmou que este é um assunto do governo, por se tratar de questão salarial. 

Já governo de Mato Grosso afirmou, por meio da assessoria, que descarta qualquer possibilidade de atender as reivindicações salariais. 

A assessoria ressaltou que a legislação eleitoral impede a alteração dos valores dos vencimentos não apenas de PMs, mas de todos os servidores públicos em ano de eleição. Da mesma forma como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que limita despesas além da previsão orçamentária. 

A assessoria afirmou que entre 2011 e 2014, os policiais receberam 53% de reajuste, sendo 32% acima da inflação. Em 2014, cumprindo acordo com os praças, o Governo pagou no mês de abril 10% a título de reposição salarial e concederá mais 10% em novembro. 
 
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