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Casas do Vila Real não podem ser entregues porque falta de rede de esgoto
Por Jornal Expressão
02/11/2014 - 15:33

Foto: Vitor Hurtado

Depois de dois anos concluídas, ainda não tem data à entrega das 490 casas do programa federal “Minha Casa Minha Vida” do bairro Vila Real, em Cáceres. Apesar do déficit habitacional do município ser de cerca de seis mil moradias e do custo da obra de mais de R$ 19 milhões, as casas estão praticamente abandonadas. Um “jogo de empurra” entre o município e o governo do Estado, sobre a responsabilidade pela construção do centro de tratamento de esgoto, impossibilita aos moradores cadastrados a tomarem posse do imóvel.
 
A administração municipal diz que a execução do projeto é de responsabilidade do governo estadual que, por sua vez, afirma que a obra é do município. “A construção do centro de tratamento é de responsabilidade do governo do Estado, que prometeu, mas se recusa a fazer” acusa o prefeito Francis Maris Cruz (PMDB) afirmando que, além disso, o município não dispõe de recursos para execução do projeto orçado em cerca de R$ 6 milhões.
 
 O prefeito diz que, pelo menos três vezes, procurou o governo do Estado para solução do problema. Porém, segundo ele, não obteve sucesso. “Já cansamos de procurar ajuda do governo do Estado. Mas, infelizmente, não somos atendidos”. A reportagem do Jornal Expressão entrou em contato com a Secretaria de Estado de Cidades, apontada como a responsável pela não execução do projeto, assim como com a Secretaria de Comunicação do Estado (SECOM). Porém, até na manhã de sexta-feira, não obteve respostas.
 
Enquanto permanece o jogo de empurra entre os governos estadual e municipal, as casas são tomadas pelo matagal.
 
Alguns moradores contemplados já até desistiram do imóvel. Outros mudaram de cidade ou aderiram a imóveis do programa em outras regiões, como a dona de casa Sônia Maria Leite, 36 anos, mãe solteira, de três filhos. “O lugar é muito bom. As casinhas são boas, mas infelizmente, nunca sai. Não posso ficar pagando aluguel o resto da vida enquanto esse pessoal fica nessa pendenga” diz informando que mudou para Tangará da Serra conseguiu se cadastrar em um programa e já está na casa.
 
A lavadeira Luiza de Arruda Soares, 43 anos, mãe de um garoto portador de necessidades especiais, que também se inscreveu e foi sorteada com uma casa no referido residencial, está desolada. “As coisas quando são para pobre e que precisa ninguém se empenha. Se fosse para quem tem condições, isso já havia sido resolvido há muito tempo. Infelizmente, acredito que falta vontade, principalmente, dos nossos políticos”.
 
Construído pela empresa Sisan- Engenharia, as 490 casas do residencial Vila Real, foram concluídas em 2012, no final da gestão do ex-prefeito Túlio Fontes. O projeto do governo federal, através do Ministério das Cidades, consumiu recursos de R$ 19.110,000,00. Informações extraoficiais dão conta de que, um desentendimento entre a administração municipal e a vice-governadoria do Estado, estariam emperrando a liberação dos recursos para execução do centro de tratamento de esgoto. Revoltadas com a situação, algumas famílias ameaçam invadir o local.

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