Os investigadores e escrivães da Polícia Civil de Mato Grosso aprovaram um indicativo de greve e poderão cruzar os braços a partir da próxima terça-feira (2). A categoria cobra o cumprimento do acordo realizado com o governo do Estado, que prevê reestruturação de carreira e recomposição salarial de 15%.
O indicativo foi aprovado por unanimidade pelos 250 policias presentes na assembleia geral da categoria realizada na tarde de ontem(26), em Cuiabá. Os policiais cobram os 5% de recomposição salarial para o mês de janeiro, além de outras resoluções acordadas com o Estado na gestão anterior.
Em 2014, os servidores pressionaram o governo por melhorias após a Polícia Militar ter conseguido a reestruturação de carreira. Os profissionais ameaçaram parar as atividades durante a Copa do Mundo.
Na ocasião, os policias pediam uma reestruturação que podia chegar até 70% dos vencimentos. Segundo o sindicato, o projeto de reestruturação da categoria teria sido encaminhado para o Governo do Estado em junho de 2013, contudo não havia retorno.
Para evitar uma possível paralisação durante a copa, o governo enviou uma contraproposta de reestruturação de 15%, que foi prontamente aceita pelos profissionais.
A lei que prevê o reajuste de 15%, sendo que 5% já para a folha salarial de janeiro e os outros 10% a partir de outubro, foi aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo então governador Silval Barbosa ainda no mês de junho. Porém, assim que tomou posse, o governador Pedro Taques informou os representantes da categoria que não autorizaria a recomposição.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Judiciária Civil do Estado de Mato Grosso (Siagespoc), Cledson Gonçalves, a categoria apenas está cobrando um direito adquirido e que já foi assegurado pela lei. Conforme o presidente, os policias não querem paralisar as funções, porém não descartam cruzar os braços caso não sejam atendidos.
Gonçalves afirmou que a categoria irá ser reunir com o secretário de segurança pública de Mato Grosso, Mauro Zaque, e representantes da Assembleia Legislativa para discutir a situação na tarde desta terça-feira (27).
A categoria marcou uma nova assembleia geral para a próxima segunda-feira (2), para discutir a situação. Com isso, caso não haja acordo, a paralisação poderá começar já na próxima terça-feira (3).
O Estado conta com aproximadamente 1,7 mil investigadores lotados na Polícia Civil e 600 escrivães em atividade, além de outros 150 realizando o curso de formação.