A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) abrirá mais duas turmas de Pedagogia Intercultural no campus de Barra do Bugres. A notícia foi anunciada na última sexta-feira (6) pela reitora da Unemat, professora Ana Di Renzo, durante a reunião com representantes dos acadêmicos indígenas, no auditório da Unemat, no campus universitário de Barra do Bugres, para discutir os rumos da Educação Indígena na Instituição.
A nova gestão da Unemat pretende fortalecer a Educação Indígena e para isto conta com a parceria do Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor), do governo Federal. Ana Di Renzo ainda se comprometeu em institucionalizar junto ao campus de Barra do Bugres a Faculdade Intercultural Indígena, que é um pleito antigo dos indígenas.
Durante o encontro o presidente do Conselho Indígena de Mato Grosso, Filadélfio de Oliveira Neto, da etnia Umutina, entregou à Ana Di Renzo um documento com inúmeras reivindicações que eles gostariam que também chegassem às mãos do governador Pedro Taques. Tanto Filadélfio, quanto o cacique Umutina, Lucimar Calomizoré, frisaram a cobrança dos alojamentos e as melhorias da infraestrutura física que há muito vem sendo prometida por governos anteriores, mas que não sai do papel.
A pedido da reitora será formada uma comissão com a participação de três caciques, três acadêmicos indígenas, um professor da Unemat do campus de Barra do Bugres e o diretor de Gestão e Educação Indígena, professor Adailton Alves de Souza para acompanhar as demandas do ensino indígena como a regularização do terreno doado pela Escola Agrícola e reforma do prédio.
Outra proposta pensada pela reitora, entre outras, é a inclusão de vagas indígenas nas ações afirmativas da Instituição, que será encaminhada para sessão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, (Conepe).
“A Unemat reafirmou o compromisso com a institucionalização de uma política púbica para os povos indígenas e nós vamos somar esforços. Eu irei, juntamente com vocês, lutar pelas suas reivindicações”, afirmou Ana Di Renzo.
O representante dos acadêmicos, Saturnino Wapotowé Rudzanéedi, da etnia Xavante, diz que sai do encontro bastante esperançoso, apesar de ter chegado muito preocupado. “A reitora trouxe boas notícias e se mostrou disposta a brigar por nós”, contou Saturnino que lembrou da expectativa dos caciques, pais, e lideranças dos 31 povos indígenas atendidos pelo ensino superior da Unemat.